Sindicato elaborou uma agenda para as eleições deste ano, com os pleitos do setor. Documento foi entregue aos candidatos ao Governo de Pernambuco nessa terça-feira (4)
A falta de encomendas fechou 60 mil empregos e 30 estaleiros da indústria naval brasileira só nos últimos quatro anos. E, se persistir, pode acabar com os 25 mil postos de trabalho que ainda existem nos 12 estaleiros que seguem funcionando no País. Por isso, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval Offshore (Sinaval) elaborou uma agenda, com pleitos que podem contribuir com a recuperação do setor, para as eleições deste ano. O material está sendo entregue aos candidatos à Presidência e também aos candidatos ao Governo dos estados que detêm estaleiros. Em Pernambuco, foi apresentada nessa terça-feira (4) pelo vice-presidente-executivo do sindicato, Sérgio Bacci.
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“Pernambuco é extremamente importante para o setor. O Estado tem dois grandes estaleiros. Mas esses estaleiros já empregaram 20 mil pessoas e hoje detêm menos de cinco mil trabalhadores. A mão-de-obra teve uma redução de 75% e isso afetou de forma profunda a economia estadual”, explicou Bacci, lembrando que, apesar de as encomendas navais partirem do âmbito federal, as consequências dessa falta de contratos vão para as contas estaduais. “É por isso que o governador eleito precisa entender que a indústria naval é muito importante para o emprego”, defendeu, pedindo posições mais claras dos candidatos em relação à manutenção dos estaleiros de Suape.
O Sinaval também tem solicitado socorro do Governo. Por isso, na agenda das eleições, pede a retomada das encomendas da Petrobras, mais licitações da Marinha, a prorrogação dos financiamentos tomados para a construção dos estaleiros e a exigência de garantias mais realistas no financiamento das próximas obras “Se os próximos governantes não virem a indústria naval como um setor importante da economia nacional, a tendência é que os estaleiros fechem”, lamentou Bacci.