Alteração na data de entrega das propostas da licitação teria ligação com incertezas no contrato de Búzios V, com a Exmar
O consórcio de Libra adiou mais uma vez a data de entrega das propostas da licitação para o afretamento do segundo FPSO definitivo de Mero, postergando o prazo para o dia 14 de fevereiro. A estratégia de alterar a data foi definida semana passada e surpreendeu o mercado, que desta vez esperava que a abertura fosse mantida para 14 de dezembro, sem novas mudanças.
Ao contrário dos adiamentos anteriores, a estratégia foi definida em função de problemas internos da Petrobras e não por solicitação das empresas participantes. Segundo apurado, a Petrobras busca resolver o impasse do afretamento do FPSO Búzios V, antes de receber as propostas de Mero 2.
A Exmar apresentou em junho o melhor preço na licitação para o afretamento do FPSO de Búzios V, com a taxa diária de US$ 635 mil, mas desde então não conseguiu fechar a operação de financiamento do projeto. Recentemente, a petroleira detectou um problema de compliance com o grupo Belga e solicitou à Modec, segunda colocada no processo, a revalidação de sua proposta, no valor de US$ 815 mil/dia.
O FPSO de Mero 2 terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de óleo e comprimir 12 milhões de m3/dia de gás. O prazo do contrato de afretamento será de 22 anos e cinco meses e a unidade terá que estar pronta para operação em 2022.
Diante do porte da unidade, Modec e SBM são vistas como favoritas na licitação do FPSO Mero 2. O problema é que a Modec já está construindo dois FPSOs de 180 mil barris/dia de óleo para a Petrobras, um para Mero e outro para Sépia, ambos com entrada em operação programada para 2021, e se acabar levando Búzios V poderia ter dificuldade de assumir um quarto contrato.
Com mais esse adiamento, a assinatura do contrato de afretamento do segundo FPSO definitivo de Mero tende ocorrer apenas entre o segundo trimestre e o terceiro trimestre de 2019. Antes da licitação de Mero 2, a Petrobras irá abrir as propostas das concorrências para o afretamento de novos FPSOs para o Parque das Baleias e o projeto de revitalização de Marlim, ambos na Bacia de Campos.
Marlim
O primeiro processo da fila será o de Marlim, que afretará dois FPSOs e tem entrega de propostas marcada para o dia 25 de janeiro. Originalmente, o edital previa a entrada em operação das duas unidades em 2021, mas o cronograma foi revisado no recém lançado Plano de Negócios da Petrobras 2019-2023, sendo adiado para 2022 e 2023.
Batizada Marlim I, a primeira unidade terá capacidade para produzir 80 mil barris/dia e comprimir 7 milhões de m³/d de gás, enquanto o FPSO de Marlim II produzirá 70 mil barris/dia e 4 milhões de m3/dia de gás. As duas unidades ficarão afretadas por 25 anos.
A conversão não terá exigência de conteúdo nacional, por se tratar de áreas da rodada zero. As novas unidades substituirão as sete plataformas que operam hoje no campo, com capacidade ociosa, produzindo mais água que óleo.
Logo após Marlim, a Petrobras abrirá as propostas da licitação para o afretamento do FPSO do Parque das Conchas, marcada o dia 30 de janeiro. Programada para entrar em operação em 2022, a unidade terá capacidade para produzir 100 mil barris/dia de óleo e comprimir 5 milhões de m3/dia de gás. O contrato de afretamento será de 22 anos e meio.