Os italianos se movimentaram nesta quarta-feira no Recife, de olho no projeto das corvetas da Marinha.
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Os executivos do grupo Fincantieri (empresa italiana que detém o estaleiro Vard Promar) fizeram uma visita hoje à Fiepe para prospectar negócios e divulgar o projeto que está concorrendo ao edital das corvetas da Marinha no valor estimado em US$ 1,6 bilhão.
Na visita à Fiepe, representando o FLV estava o presidente da Finacantieri no Brasil, Stelio Vaccarezza. Com ele, a ministra da Defesa da Itália, Elisabetta Trenta, acompanhada de diplomatas italianos.
Eles foram recebidos pelo presidente da Fiepe, Ricardo Essinger.
Depois da Fiepe, os italianos tiveram um almoço com o governador Paulo Câmara, antes de embarcarem para Brasília. A comitiva era formada pela ministra da Defesa da Itália.
O projeto italiano para a construção de quatro corvetas (navios militares) para a Marinha do Brasil (MB) foi apresentado aos pernambucanos na manhã desta quarta-feira (23), durante evento na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).
O investimento estimado em US$ 1,6 bilhão está em processo licitatório e tem atualmente quatro concorrentes internacionais.
Os consórcio italiano FLV, no entanto, é o único que garante a construção das embarcações no Estado, em Suape.
O consórcio é formado pelas empresas italianas Fincantieri S.p.A, Leonardo S.p.A e pela Vard, presente em Pernambuco através do Estaleiro Vard Promar, no Complexo Industrial Portuário de Suape.
A licitação
O contrato previsto pela Marinha inclui a construção de quatro embarcações do tipo corveta, sendo da nova classe “Tamandaré”, desenvolvida pela MB, ou de porte semelhante.
As novas embarcações são essenciais para a Marinha, que conta atualmente com uma fragata obsoleta com mais de 40 anos de serviço. As corvetas serão utilizadas para a vigilância da costa brasileira e operações de paz no Atlântico Sul sob o comando da Organização das Nações Unidas (ONU).
A empresa italiana destacou que o consórcio FLV, no entanto, é o único dos quatro concorrentes que irá usar o modelo brasileiro.
“Os outros três apresentaram projetos próprios, o que signigfica que, caso a Marinha Brasileira tiver interesse futuro de exportar as embarcações do mesmo modelo, terá que pagar pelo direito de uso do projeto”.
“Apostamos na estrutura do Vard Promar e na capacidade dos trabalhadores do Estado para entregar essa encomenda. Acreditamos que oferecemos as melhores condições para levar esse investimento: já temos um estaleiro definido e experiência na área”, defendeu o presidente da Finacantieri no Brasil, Stelio Vaccarezza.
A expectativa é que a construção das corvetas gere em torno de 500 postos de trabalho, em Suape, que sofre com a desmobilização do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) ao longo dos últimos anos.
A empresa diz que as perspectivas podem ser melhores.
O consórcio já sinalizou o interesse em produzir no Brasil corvetas da classe Tamandaré para exportar a outros países da América do Sul.
“Outras marinhas, como a da Argentina, Chile, Equador e Colômbia, contam com embarcações obsoletas e poderiam ser novos mercados para os italianos a partir do Brasil”.