Os gaseiros de petróleo liquefeito (GPL), juntamente com os de gás natural liquefeito (GNL), estão emergindo como uma nova fonte para alimentar os construtores navais coreanos em 2020. Como consequência aos novos regulamentos IMO de emissão de combustível o boom de gás de xisto, a demanda por grandes navios transportadores de GLP e GNL, embarcações de alto valor agregado, deverá aumentar.
Especialistas do setor de construção naval prevêem que os pedidos globais de navios mercantes atingirão 588 unidades em 2020. O número é 18,5% superior aos 496 navios registrados em 2019. Espera-se que os pedidos de transportadoras de GLP totalizem 40 navios, nove a mais que em 2019.
Das 40 embarcações de GLP que provavelmente serão encomendadas para 2020, 30 serão transportadoras de gás muito grandes (VLGC), com capacidade para 65 mil DWT, relatou a consultoria britânica Clakson.
A crescente demanda por gaseiros de GLP é impulsionada pelo desenvolvimento de gás de xisto nos Estados Unidos. Desde 2013, os EUA vêm aumentando as exportações de GLP. O volume mundial de comércio marítimo de GLP, com média em 66 milhões de toneladas, cresceu para 110 milhões de toneladas nos últimos cinco anos.
O aumento das taxas de frete estimula o crescimento dos pedidos de gaseiros de GLP. O custo diário de frete de VLGC é de US$ 43.563. A taxa está em alta desde o primeiro semestre de 2018. O período de retorno dos custos de construção naval de navios VLGC é de 6,5 anos, nível mais baixo desde 2015.
Com a entrada em vigor da regulamentação IMO para combustível de baixo teor de enxofre, espera-se que os pedidos de navios GNL aumentem. Analistas dizem que os construtores navais coreanos serão os beneficiários do regulamento, pois são competitivos nesse campo.
Segundo a Clakson, a Coréia do Sul é responsável pela construção de 32 dos 40 navios encomendados em 2019. A China, que persegue de perto a Coréia, obteve contratos para sete navios. A Coréia também obteve 66 dos 72 gaseiros de GNL encomendados globalmente em 2018. Os três grandes construtores de navios do país esperam receber pedidos de 100 transportadores de GNL que o governo do Catar fará nos próximos 10 anos a partir de 2020.