O impacto do surto do coronavírus no setor de óleo e gás não vai afetar apenas as exportações de óleo para a China, mas também deve atrasar a construção de navios-plataformas (FPSOs) nos estaleiros do país asiático. A conclusão é da empresa de pesquisa e inteligência energética Rystad Energy. A estimativa é que os projetos devem ser postergados entre três a seis meses. Mas se a epidemia se agravar, os atrasos podem aumentar para nove ou até 12 meses.
Atualmente, 28 FPSOs estão em desenvolvimento globalmente, sendo 15 deles na China. Alguns destes FPSOs virão para o Brasil, inclusive, como a P-71, hoje no estaleiro CIMC Raffles. A Rystad lembrou que muitos chineses tiveram suas férias prolongadas no início de fevereiro, após o Ano Novo Chinês, para tentar frear o avanço do coronavírus. A empresa ainda acredita que os projetos também terão de 30% a 50% a menos de horas de trabalho por conta do surto. Esses fatores devem influenciar na entrega das plataformas.
A Rystad alertou que as obras podem sofrer com atrasos no fornecimento, já que a entrega de materiais, módulos e equipamentos a granel está sendo dificultada por restrições de transporte no território chinês. Outro ponto que pode prejudicar os projetos são as proibições de viagens, que restringem as circulação de contratantes, empresas de engenharia, empresas de certificação e funcionários de exploração e produção (E&P).
“Nossa avaliação atual prevê que o COVID-19 poderia resultar em investimentos globais em E&P caindo em cerca de US$ 30 bilhões em 2020 – um golpe significativo para o setor“, afirmou o parceiro da Rystad, Audun Martinsen.