Entre as unidades em licenciamento pela Petrobras estão quatro com capacidade para produzir 225 mil bopd
A Petrobras solicitou, na quinta-feira (15/7), licença ao Ibama para a implantação de 12 FPSOs no pré-sal da Bacia de Santos e a reativação de um FPSO em Mero (“FPSO Mero FR”). São quatro novas unidades para o campo de Búzios (FPSOs de Búzios 9, 10, 11 e 12), além dos FPSOs de Sépia 2, Atapu 2, Sururu e Revitalização de Lula. A estatal também pediu licença para unidades nas áreas de Sagitário, Uirapuru, Três Marias e Aram, em fase de exploração.
A embarcação de Uirapuru 1 será instalada à distância mínima de 188 km da costa, com capacidade de produção de 180 mil b/d. Ele deve ser conectado a 16 poços, sendo dez produtores, três injetores de água e três conversíveis.
Em abril, a Petrobras encontrou indícios de hidrocarbonetos no bloco, após cinco meses do início das perfurações do navio-sonda West Tellus, da Seadrill. O consórcio – formado pela estatal (operadora, com 30%), ExxonMobil (28%), Equinor (28%) e Galp (14%) – enfrentou dificuldades técnicas na região.
Já o prospecto de Sagitário (no bloco S-M-623) foi descoberto em 2013, com plano de avaliação da descoberta (PAD) vencendo no final de outubro. O FPSO de Sagitário tem início de operações previsto para janeiro de 2027, com capacidade de produção de 180 mil b/d e a ser conectado a 16 poços – sete produtores e nove injetores de água. A área é operada pela Petrobras (60%), em parceria com a Repsol (20%) e Shell (20%).
Em Três Marias, o primeiro período exploratório termina em 2025. Em maio, a estatal (operadora, com 30%) informou ao PetróleoHoje que estava executando trabalhos técnicos junto ao consórcio, formado pela Chevron (30%) e Shell (40%). A embarcação projetada para a área terá planta com capacidade para produzir 150 mil b/d, com 16 poços, sendo oito produtores e oito injetores (tipo WAG). A estimativa de início é em novembro de 2028.
Nos blocos de Uirapuru, Sagitário e Três Marias, a Petrobras prevê escoamento do gás natural produzido. As embarcações têm capacidade de processamento de 10 milhões de m³/d de gás.
Os FPSOs do campo de Búzios (unidades 9, 10, 11 e 12) são os mais robustos da lista. Os quatro têm capacidade de produção prevista de 225 mil b/d e processamento de 12 milhões de m³/d de gás natural, que serão reinjetados. O primeiro óleo das plataformas está previsto para ocorrer entre junho de 2025 e novembro de 2027. Segundo maior produtor do país, o campo de Búzios conta com quatro unidades em operação (P-74, P-75, P-76 e P-77) e outra em construção, o FPSO Almirante Barroso.
No final de 2019, a estatal declarou que planejava implantar outros sete FPSOs no campo, na segunda fase do projeto. Conforme publicado pelo PetróleoHoje, três editais devem ser lançados ainda neste semestre (unidades 6, 7 e 8). Segundo o planejamento estratégico 2020-2024 da Petrobras, Búzios receberá US$ 18 bilhões em investimentos entre 2020 e 2024.
Já o FPSO de Aram – bloco arrematado pela estatal (operadora, com fatia de 80%), em parceria com a chinesa CNODC (20%), na 6ª Rodada da Partilha – terá capacidade para produzir 150 mil b/d, sendo conectado a sete poços produtores e três injetores (WAG), com início em janeiro de 2028.
Com produção iniciada no último mês, pelo FPSO P-70, o campo de Atapu tem nova unidade planejada pela estatal. O projeto de Atapu 2 prevê produção de 180 mil b/d e processamento de 6 milhões de m³/d de gás. A estatal prevê início das operações em setembro de 2026.
O licenciamento contempla ainda uma segunda plataforma para o campo de Sépia, com capacidade para produzir 180 mil b/d a partir de setembro de 2026, ligada a 11 poços (seis produtores e cinco injetores). O primeiro FPSO fretado pela Modec, tem primeiro óleo previsto para 2021.
As outras embarcações projetadas operarão em Sururu, em desenvolvimento na área de Iara (concessão BM-S-11A) e na revitalização do campo de Lula, maior produtor do país. A embarcação para Sururu terá planta para 100 mil b/d, conectada a 19 poços (12 produtores e 7 injetores) e início de atividades previsto para janeiro de 2027. O FPSO de Lula será de 120 mil b/d, com 21 poços previstos (14 produtores e sete injetores) e início de atividades estimado para junho de 2026.
Sururu é operado pela Petrobras (42,5%), em consórcio com a Shell (25%), Total (22,5%) e Galp (10%). Em Lula, a estatal é operadora com 65% de participação, em parceria com a Shell (25%) e a Galp (10%).
Com início de operação programado para março de 2024, o FPSO Mero Fator de Recuperação (FR) terá capacidade para produzir 50 mil b/d – a mesma do FPSO Pioneiro de Libra, operado pelo consórcio Ocyan/ Teekay. Conforme publicado, a Petrobras estuda mantê-lo como unidade definitiva na área de Libra.
Os aeroportos de Jacarepaguá, Maricá e Cabo Frio, no Rio de Janeiro, serão bases de apoio para os projetos, além do portos de Vitória (ES), Macaé, Açu, Niterói e Rio de Janeiro (RJ).