Estaleiros do Brasil estão na lista de pré-qualificadas da Petrobras para a construção de duas das 12 novas unidades.
No novo plano de negócios da Petrobras estão previstos 12 novas plataformas para os próximos anos. De acordo com o diretor de exploração e produção da empresa, Rudimar Lorenzatto, dentre aquelas unidades uma já está sendo construída em estaleiro brasileiro e mais outras duas podem vir a ser, tanto dentro da obrigatoriedade de conteúdo local, quanto pela qualificação da empresa em termos de infraestrutura. A informação foi dada durante coletiva sobre os resultados financeiros da companhia no terceiro trimestre de 2020, realizada nesta quinta-feira (29).
Lorenzatto explicou que dessas 12 unidades, oito já estão em construção: uma delas é a P-71 que está no estaleiro em Aracruz (ES) e as demais estão sendo construídas em locais escolhidos pela afretadora. As outras quatro estão em processo de licitação. Duas dessas são próprias da Petrobras que já realizou pré-qualificação de oito potenciais fornecedores. Dependendo do resultado, as unidades podem ser construídas em estaleiros nacionais ou estrangeiros, mas de modo que sejam atendidas as exigências por conteúdo local que, neste caso, é de 25%.
“Dentro desses oito (fornecedores) pré-qualificados existem estaleiros brasileiros. Então há a possibilidade de que essas unidades serem construídas no Brasil”, disse o diretor. As outras duas, segundo ele, são unidades afretadas que, dependendo do vencedor da licitação irá definir onde vai construir, porém atendendo o conteúdo local estabelecidos no processo licitatório.
O presidente da companhia, Roberto Castello Branco, afirmou que no terceiro trimestre de 2020 a Petrobras apresentou uma “excelente” performance, apesar as incertezas ainda presentes na indústria de petróleo em razão da forte recessão global. Segundo ele, a produção de petróleo e gás natural nos últimos nove meses aumentou 9% em comparação com 2019.
No setor de refino, Branco destacou que após enfrentar uma forte redução com um fator de utilização chegando ao nível mínimo de 58%, alcançou no terceiro trimestre um patamar de utilização de 80%. Os custos da empresa também continuam em declínio, especialmente com o programa de desinvestimentos. Ele disse que embora o programa esteja mais lento do que o esperado, ainda está ativo. “Temos 49 ativos em diferentes estágios do processo de venda no mercado, e esperamos ainda para este ano fechar alguns negócios importantes”, frisou o presidente.
Apesar da avaliação positiva do trimestre, Branco lembrou que a Petrobras ainda esteja muito endividada. De acordo com ele, nos últimos 21 meses, a empresa pagou 31,5 bilhões de dólares apenas de dívidas.