O Brasil quer entrar na corrida mundial para a produção de navios autônomos, geridos por inteligência artificial. A mudança de rota na indústria nacional será possível com a criação de um cluster que envolve empresas e entidades. Santa Catarina terá papel de destaque no desenvolvimento dessa nova tecnologia. É o que aponta a reunião realizada virtualmente na terça-feira, 1º, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes.
Segundo o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), Fábio Zabot Holthausen, o Estado está na vanguarda com um ambiente favorável para desenvolvimento de inteligência artificial e da internet das coisas, que serão bases para a criação desses navios. “Temos uma excelente densidade de startups, criamos uma importante articulação entre governo, universidades e setor empresarial, fizemos importantes investimentos pela fundação e pelo Governo do Estado com a criação dos centros de inovação e conseguimos formar profissionais de excelência dentro de nossas universidades”, destacou.
Holthausen representou o governador de Santa Catarina Carlos Moisés na reunião, que contou ainda com a presença do diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rafael Meyer.
A comitiva catarinense foi composta ainda por representantes da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina (Senai SC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da empresa WEG, da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e da Itajaí Participações. Estiveram presentes também a deputada federal Ângela Amin e o senador Espiridião Amin.
Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Celso Albuquerque, a proposta de formação do cluster foi apresentada já no ano passado e teve total apoio do Governo de Santa Catarina. “É uma grande satisfação ver um projeto desta magnitude e relevância se consolidando no Estado” comemorou.
Durante o encontro, o ministro Marcos Pontes admitiu o quanto o avanço desse tipo de tecnologia é inevitável. “O futuro está ligado à inteligência artificial. Cada vez mais teremos esses sistemas participando do nosso dia a dia, inclusive nos transportes”, afirmou.
O Cluster Nacional de Inteligência Artificial para Navios será uma plataforma gratuita para fortalecer a produção de tecnologias e facilitar parcerias. O grupo de entidades e empresas vai discutir ainda as diretrizes para criação e implantação de modelo no país. A mudança poderá impactar não apenas o sistema de logística brasileiro como também as estratégias de defesa nacional.
Santa Catarina, que conta hoje com um núcleo de produção naval, trabalha na construção de quatro corvetas. O Estado tem condições de ampliar esse mercado caso as decisões do cluster resultem na ampliação da indústria nacional. A Fapesc vai contribuir nesse contexto com a formação de recursos humanos e incentivo a novas pesquisas em Santa Catarina.