Indústria nacional de navipeças visitou estaleiro construtor em Itajaí (SC) e conversou com representantes do programa a fim de conhecer as demandas de nacionalização de equipamentos e do ciclo de vida do projeto. Para Abimaq, programa é principal da construção naval, entre projetos militares e civis, previsto para os próximos 10 anos no Brasil.
Representantes da indústria nacional de navipeças visitaram, no último dia 25 de novembro, o estaleiro thyssenkrupp, antigo Oceana, em Itajaí (SC), que construirá o projeto das quatro fragatas classe Tamandaré. Membros das câmaras setoriais de equipamentos navais (CSENO) e de defesa (CSDS) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) foram recebidos por dirigentes da thyssenkrupp e do estaleiro, além do diretor-presidente da sociedade de propósito específico (SPE) Águas Azuis, Fernando Queiroz, e do comandante Roberto Moura, gerente do programa de fragatas classe Tamandaré (PFCT) pela Empresa Gerencial Projetos Navais (Emgepron).
O presidente da câmara setorial de equipamentos navais, offshore e onshore da associação (CSENO/Abimaq), Bruno Galhardo, contou que a visita faz parte de um movimento de aproximação com intuito de aumentar a participação da indústria nacional nos projetos da força naval, em especial na nacionalização de equipamentos. Segundo Galhardo, o encontro foi oportunidade de apresentar o que os associados das câmaras podem oferecer ao projeto e entender as principais demandas da SPE para nacionalização, a fim de identificar os fornecedores locais que podem atender a demandas desse programa.
Galhardo destacou a aproximação da indústria nacional nesse projeto, o qual ele considera o principal da construção naval previsto para os próximos 10 a 15 anos no Brasil. “Esse é o principal projeto naval do país, entre encomendas civis e militares, nos próximos 10 anos. Se faz importante a presença da indústria para aumentar, ao máximo possível, o índice de conteúdo local do projeto”, defendeu o presidente da CSENO.
O estaleiro, que ficou sem atividades de construção após a entrega das últimas embarcações de apoio marítimo do grupo CBO, antigo proprietário do empreendimento, está em fase de preparação de instalações e equipamentos para a execução. A expectativa é que 2021 seja um ano voltado para parte de engenharia e projeto e que, no início de 2022, ocorra o corte da primeira chapa. A SPE Águas Azuis é formada pela thyssenkrupp Marine Systems (líder), Embraer Defesa & Segurança e Atech.
A Marinha já sinalizou em algumas ocasiões a possibilidade de, futuramente, demandar outras fragatas, devido à necessidade de renovação de navios-escolta da esquadra. Para Galhardo, da CSENO/Abimaq, um aumento na participação de indústrias nacionais também seria benéfico à Marinha no aspecto do ciclo de vida do projeto e disponibilidade de peças de reposição durante os anos de operação das embarcações.