EBSE fecha contrato para manutenção de navios da Marinha e inicia contratação de mão de obra para o projeto

  • 19/01/2021

Marco Danemberg – EBSE

Considerada a maior caldeiraria privada do Rio de Janeiro, a EBSE está pronta para alçar voos ainda maiores em novos horizontes. A companhia acaba de conquistar duas importantes vitórias dentro do estratégico mercado de Defesa. A primeira delas é um novo contrato com a Marinha do Brasil para serviços de manutenção em diversos navios da Força Naval. “Serão diferentes tipos de embarcações: navios de apoio antártico, fragatas e navios patrulha”, explicou o diretor superintendente da empresa, Marco Danemberg. O executivo revela que a companhia já está em fase de mobilização e deve iniciar os serviços dentro das próximas semanas. O contrato representa também uma oportunidade para a mão de obra local, já que a EBSE começou a contratar boa parte do efetivo previsto em até 60 pessoas para o projeto. A segunda conquista da caldeiraria foi o recebimento da certificação de Empresa Estratégica de Defesa, ampliando ainda mais as oportunidades da EBSE dentro do segmento. “Para atendimento de uma nação com as dimensões continentais e a importância geopolítica que tem o Brasil, há um horizonte bastante promissor nesse setor da economia, onde não faltarão oportunidades”, afirmou Danemberg.

 

Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico

O senhor poderia nos detalhar o escopo de trabalho deste novo contrato que a empresa conquistou?

O escopo contratual contempla serviços de manutenção em navios da Marinha do Brasil, que ficam atracados e/ou docados no Arsenal de Marinha e Base Naval do Rio de Janeiro. Serão diferentes tipos de embarcações onde, além dos serviços de reparo, forneceremos também a fabricação de alguns itens que sejam necessários, como tubulações, por exemplo.

No contrato anterior que a EBSE executou para a Marinha, com o mesmo objeto previsto, realizamos serviços em navios de apoio antártico, ou navios polares como também são conhecidos, fragatas, navios patrulha e também no maior navio da esquadra brasileira, o Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico.

Quando os trabalhos referentes ao contrato serão iniciados e quantos trabalhadores estarão envolvidos no processo?

Já estamos em fase de mobilização e, nas próximas semanas, serão iniciados os serviços. Como trata-se de um contrato de manutenção, cujo escopo é baseado em quantidades estimadas, a alocação de recursos é diretamente proporcional à demanda de serviços.

Assim, em se confirmando as projeções contratuais, podemos chegar a um efetivo de 60 profissionais diretamente envolvidos nas atividades, além de fomentar a parcela representativa de vagas de trabalho na cadeia de fornecedores e logística que todo novo projeto abrange.

 

Fragata F Rademaker durante manutenção

 

A EBSE pretende fazer contração de mão de obra para atender este novo contrato?

Sim. Uma boa parte do efetivo previsto será proveniente de contratações. Vamos usar a estrutura básica da nossa fábrica, mas também complementar com novos colaboradores. Já começamos, inclusive, os processos seleção e admissão de profissionais para o projeto.

 

Além da questão de pessoal, os preparativos internos da EBSE já começaram?

Devido à experiência adquirida na execução do contrato anterior e nossa boa capacidade de mobilização, já estávamos preparados para atender a essa demanda, restando apenas alguns detalhes logísticos.

Tendo o conhecimento dos serviços e podendo contar com o suporte de seu parque fabril, que dispõe de todos os recursos necessários, incluindo mão de obra qualificada, propicia a EBSE uma condição de mobilidade diferenciada para esse tipo de projeto.

Nosso planejamento para o projeto indica que a mobilização estará 100% concluída até o final de janeiro, e em plena atividade no Arsenal de Marinha.

 

Qual a importância desse novo contrato da Marinha para a EBSE?

Para a EBSE, é um contrato relevante por vários motivos, dentre os quais cabe destacar:

Em primeiro lugar, no cenário atual, impactado pela pandemia, entendemos que contribuirá para o aquecimento da economia da região, haja vista que oferece oportunidade para profissionais qualificados, hoje ainda com dificuldade de colocação no mercado. Acrescido, é claro, dos reflexos positivos em outros setores da cadeia produtiva.

O segundo ponto é que esse projeto amplia nossa crescente atuação no segmento de serviços. Fomentar a presença mais efetiva nesse nicho é uma das metas do nosso plano estratégico.

Por fim, na medida em que esse contrato aumenta a sinergia com a Marinha do Brasil, que é uma instituição integrante do Ministério da Defesa, nos remete a novas oportunidades de negócio nesse segmento, contribuindo para fortalecer nossa participação na Base Industrial de Defesa (BID).

 

NPo Almirante Maximiano

 

Poderia nos explicar sobre o processo de tornar a EBSE certificada como uma Empresa Estratégica de Defesa?

O histórico da EBSE no segmento de Defesa começou em 2017, durante o programa para construção das corvetas Classe Tamandaré. Na ocasião, apoiados por uma empresa especializada nesse setor, a qual identificou no parque fabril da EBSE um grande potencial para integrar a indústria da Defesa, fomos estimulados a ingressar nesse segmento e acabamos participando do certame como associados da indústria naval russa.

A partir de então, identificando as várias oportunidades nesse mercado peculiar e que requer muita tecnologia, estabelecemos como uma das metas do nosso planejamento estratégico a criação de uma unidade de negócios na EBSE voltada ao segmento de Defesa.

Na sequência, como era natural, sendo associados ao Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE), e também participantes do Comdefesa/FIESP, e respaldados pelo nosso know how, com larga experiência de fornecimentos para as áreas de Óleo e Gás e Nuclear, a busca pela certificação como Empresa Estratégica de Defesa tornou-se o objetivo a ser alcançado.

E no final de 2020, após um processo de avaliação e qualificação junto às Forças Armadas, e sempre contando com o apoio do SIMDE, recebemos a notícia da certificação como Empresa Estratégica de Defesa (EED).  Foi um presente de Natal para a EBSE coroando um ano onde, apesar de todas as adversidades decorrentes da pandemia, conseguimos entregar importantes projetos e ampliar nossos negócios.

 

Área em azul representa a Amazônia Azul

 

Que novas oportunidades de negócios se abrem para a EBSE após essa certificação?

O segmento de Defesa representa mais de 3% do PIB do país. A Base Industrial de Defesa (BID), embora já bastante robusta, ainda está em fase de desenvolvimento e carece de incremento para atendimento às necessidades de uma Nação com as dimensões continentais e importância geopolítica que tem o Brasil. Ou seja, há um horizonte bastante promissor nesse setor da economia onde, em dispondo de tecnologia e capacidade para atendimento as demandas, não faltarão oportunidades.

O Rio de Janeiro detém uma condição extremamente diferenciada no segmento, por ser o maior pilar da indústria naval brasileira, hoje estimulada com a criação do Cluster Naval. Com os Programas Estratégicos da Marinha – que contemplam uma boa parcela de conteúdo local – e as carências geradas a partir da região marítima da Amazônia Azul, muitas oportunidades surgirão e quem estiver preparado certamente terá uma maior chance de participação em futuros empreendimentos.

Todavia, embora nesse momento estejamos mais próximos da Marinha e da Emgepron, nosso time comercial está trabalhando no sentido de ampliar a participação em projetos das outras instituições que compõem o Ministério da Defesa – ou seja, Exército e Aeronáutica. Buscando assim consolidarmos nossa posição nesse segmento, que é extremamente importante para a economia e soberania do Brasil.

Fonte: Petronotícias – Davi de Souza
19/01/2021|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |