Processo de contratação dos FPSOs de Búzios avança, mas sem o consórcio Samsung/Toyo/ EBR
A Petrobras planeja concluir a contratação dos FPSOs P-78 e P-79, que serão destinados, respectivamente, aos módulos 7 e 8 do campo de Búzios, ainda no primeiro semestre de 2021. A comissão de licitação da petroleira desclassificou o consórcio Samsung/Toyo/ EBR (Estaleiros do Brasil), que ficou em terceiro lugar, e ainda não há confirmação se as duas unidades serão entregues ao Keppel/Hyundai, primeiro colocado no processo, ou se o segundo FPSO do processo será entregue ao consorcio Daewoo/ Saipem.
A tendência é de que a Petrobras opte por dividir as encomendas entre os dois consórcios – ao que tudo indica, o consórcio Keppel/Hyundai não possui interesse em ficar responsável pelas duas unidades. A petroleira já solicitou informações e esclarecimentos técnicos adicionais ao Daewoo/ Saipem.
“A comissão está, no momento, analisando as propostas e, provavelmente, vai negociar com os proponentes dessas duas propostas e definir os próximos passos para que a Petrobras tome uma decisão”, afirmou Rudimar Lorenzatto, diretor de Desenvolvimento da Produção, durante apresentação do resultado financeiro da companhia.
O consórcio Keppel/Hyundai apresentou proposta no valor de R$ 12,52 bilhões (cerca de US$ 2,3 bilhões), seguindo pelo Daewoo/Saipem com a oferta de R$14,1 bilhões. Já o grupo Samsung/Toyo/EBR cotou o serviço em R$ 15,14 bilhões.
As propostas da licitação foram abertas no início de fevereiro e, desde então, a Petrobras trabalha na análise das planilhas. Os dois FPSOs serão contratados sob o modelo de EPC (Engineering, Procurement and Construction).
Os valores apresentados na licitação foram considerados altos pelo mercado, mas não há confirmação se estão dentro do orçamento da Petrobras. Os preços elevados são atribuídos ao fato de que, no projeto da Petrobras, cada topside pesa cerca de 45 mil toneladas, antes a média de 30 mil toneladas dos projetos de afretamento.
A P-78 e a P-79 terão capacidade para produzir 180 mil barris/dia e compressão de 7,2 milhões de m³/dia de gás. As duas unidades têm entrada em operação prevista para 2025.
De acordo com o edital, os proponentes teriam que indicar, na proposta apresentada para a P-78, se tinham interesse na segunda unidade de Búzios, cujo preço seria fixado em 92,6% do valor da oferta apresentada para o primeiro FPSO. O prazo entre a entrega da primeira unidade e a segunda é de seis meses a nove meses, sendo que ambas terão de entrar em operação em 2025.
A desclassificação do Samsung/Toyo/ EBR, segundo Lorenzatto, foi motivado pelo fato de o consórcio ter listados condicionantes na proposta.
A licitação para a construção da P-78 e da P-79 foi lançada no início de agosto de 2020.