Processo aberto pela Petrobras é direcionado a novas unidades de produção sob o regime de EPC
A Petrobras irá ao mercado para contratar, em breve, pelo menos um novo FPSO, sob o regime de EPC (Engineering, Procurement and Construction). Em comunicado de pré-qualificação para futuras licitações, a petroleira manifestou interesse em realizar novos bids no prazo máximo de um ano.
No documento encaminhado a estaleiros nacionais e estrangeiros e empresas epecistas, a Petrobras informa que a contratação é destinada a FPSOs com capacidade de produção igual ou superior a 180 mil barris/dia de óleo e compressão de pelo menos 7 milhões de m³/dia de gás. Embora a petroleira não mencione o projeto, é dado como certo que o processo em formatação seja direcionado a pelo menos uma unidade de produção para Búzios, campo da cessão onerosa, localizado no cluster de Santos.
A aposta inicial se volta ao sistema de Búzios 9, programado para entrar em operação em 2025. A Petrobras coordena no momento a contratação de dois FPSOs para o ativo, P-78 e P-79, ambos sob o modelo de EPC, destinados aos módulos 7 e 8, respectivamente.
No processo de pré-qualificação aberto em fevereiro, foi solicitada renovação de documentos a grupos que já tinham sido pré-habilitados para as licitações da P-78 e P-79 e também cadastramento de empresas que não participaram da primeira rodada de pré-qualificação realizada em meados de 2020.
A opção de contratação de FPSOs sob o regime de EPC deve passar a ser utilizada com mais frequência pela Petrobras. Embora os preços ofertados na licitação da P-78 e P-79 tenham sido considerados altos pelo mercado, o fato de apenas a SBM ter apresentado proposta na licitação para o afretamento do FPSO de Mero 4 trouxe dúvidas sobre a capacidade das grandes operadoras de FPSOs de se comprometer com novos contratos de unidades de grande porte, tendo em vista a expressivo volumes de encomendas já em curso.
Tanto na licitação do afretamento de Mero 4, voltado a um FPSO com capacidade para 180 mil barris/dia de óleo e compressão 12 milhões de m³/dia de gás, quanto no processo do EPC da P-78 e P-79, a Petrobras segue avaliando as propostas.
No bid da P-78/P-79, unidades que terão capacidade para produzir 180 mil barris/dia e compressão de 7,2 milhões de m³/dia de gás, o consórcio Keppel/Hyundai apresentou a melhor proposta, com o valor de R$ 12,52 bilhões (cerca de US$ 2,3 bilhões), seguido pelo Daewoo/Saipem, com a oferta de R$14,1 bilhões. O grupo Samsung/Toyo/EBR cotou o serviço em R$ 15,14 bilhões, mas foi desclassificado por apresentar condicionantes na proposta.
A Petrobras mantém sigilo sobre o valor da proposta da SBM para o FPSO Mero 4.