Grupo construirá seis rebocadores a partir de abril e tem perspectiva de novas docagens. Estaleiro, em parceria com a Damen, concorre com consórcio com presença do estaleiro do Jurong e outro com a ICN na concorrência do navio polar.
A Wilson Sons acredita que 2021 será um ano com mais demanda por serviços e projetos para sua área de estaleiros. A avaliação é baseada, principalmente, na construção de seis rebocadores para o grupo e no incremento das docagens, inclusive para terceiros. A empresa também aguarda o resultado da concorrência da Marinha que escolherá o construtor do navio de apoio Antártico (NApAnt), esperado para ser anunciado pela força naval ainda este ano. Nesse processo, o estaleiro do grupo, localizado no Guarujá (SP) e seu parceiro projetista, a Damen Shipyards, concorrem com um consórcio com a presença do Estaleiro Jurong Aracruz (ES) e outro com a ICN (RJ).
“2021 está parecendo ser um ano mais favorável”, comentou o diretor-executivo dos estaleiros da Wilson Sons, Adalberto Souza, em entrevista à Portos e Navios. Souza contou que, no começo da pandemia, houve uma flexibilização por parte das autoridades, em alguns meses, das docagens obrigatórias de cinco anos. O estaleiro percebeu uma retomada dos serviços de reparo a partir do último trimestre de 2020. Além das embarcações do grupo, há clientes como a Saam Towage e outros armadores com quem o estaleiro negocia. No segmento de apoio marítimo, existem alguns projetos de adaptação e/ou conversão de embarcações que estão sendo avaliados.
Já a construção dos seis rebocadores para operação na divisão de apoio portuário do grupo está prevista para ocorrer no segundo trimestre deste ano, provavelmente a partir de abril. Com as seis novas unidades, o efetivo do estaleiro ficará na faixa de 200 colaboradores, ante os cerca de 150 que atualmente fazem parte das atividades. Os rebocadores terão 80 toneladas de tração estática, 25 metros de comprimento e 13 metros de boca, com notação de classe Escort Tug.
Caso a empresa saia vencedora na concorrência para construção do navio polar, a expectativa é que sejam gerados 400 a 500 postos de trabalho, somando mão de obra direta e indireta. A Wilson Sons espera que haja uma grande disputa entre as três propostas da fase final do NapAnt. A empresa vê como diferencial a expertise de seu parceiro projetista, que já entregou um navio polar de maior porte para a marinha australiana. Souza explicou que, em caso de êxito, o projeto básico seria adaptado conforme as especificações da Marinha do Brasil.
Outros dois consórcios disputarão a fase final da concorrência para a obtenção do NApAnt. Além da Wilson Sons Estaleiros/Damen Shipyards, a Diretoria de Gestão de Programas da Marinha do Brasil (DGePM) escolheu para a ‘short list’ as propostas do Estaleiro Jurong Aracruz Ltda/Sembcorp Marine Specialised Shipbuilding PTE Ltda; e Itaguaí Construções Navais S/A (ICN) e Kership S.A.S (joint venture entre as francesas Piriou e Naval Group). O anúncio ocorreu no final de fevereiro.