A quantidade de empregos no setor naval do Brasil apresentou queda de 81,8%, desde 2014. A informação foi fornecida pelo vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, durante reunião remota da Comissão da Indústria Naval, de Offshore e de Petróleo e Gás, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta semana. Segundo Bacci, o Governo precisa dar apoio à indústria naval por meio do encaminhamento de demandas aos estaleiros nacionais.
“Em 2014, a indústria naval brasileira chegou a ter aproximadamente 82 mil empregos diretos e 200 mil indiretos. Se considerarmos que cada família brasileira é composta por mais ou menos quatro pessoas, significa que a indústria naval atendia cerca de um milhão de cidadãos. De 2014 para cá, com a mudança de política na Petrobras, o número de empregos caiu, e hoje temos menos de 15 mil empregos nos estaleiros do país. A Petrobras sempre foi a maior indutora de demanda da indústria naval. O Governo precisa dar apoio a esse setor, pois não há estaleiro que sobreviva somente de reparos, os estaleiros precisam de construção”, explicou.
Participante da reunião, o secretário executivo do Sinaval, Sérgio Leal, também reforçou a importância dos estaleiros na geração de empregos. “A indústria brasileira tem muito a agregar em termos de conteúdo local e nacional, de materiais e equipamentos de alta qualidade, e muitos deles são incorporados a produtos estrangeiros, que são exportados pelas indústrias brasileiras. Essa indústria brasileira, subsidiária do setor naval, multiplica o número de empregos na construção naval. Cada local onde se constrói um estaleiro passa a ser um lugar de progresso, onde todo o comércio e todos os serviços se situam para fornecer para aquele núcleo industrial do estaleiro”, frisou.