O primeiro grande contrato para a fabricação de um novo FPSO da Era de Joaquim Silva e Luna (foto) foi com a empresa Keppel Shipyard, de Cingapura. O anúncio frustra o mercado brasileiro, que ficará apenas com 25% do conteúdo local, apesar da expectativa de ampliação desse índice. O contrato é para a construção da plataforma P-78, sétima unidade a ser instalada no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A unidade terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo por dia e 7,2 milhões de m³ de gás por dia, com entrega está prevista para 2024. Segundo a Keppel, o valor do contrato será de US$ 2,3 bilhões.
A Keppel O&M fabricará os módulos topside, que somam 43 mil toneladas métricas (MT), em seus estaleiros em Cingapura, China e Brasil, bem como realizará os trabalhos de integração e comissionamento do FPSO. Em nosso país, a empresa é dona do estaleiro BRASFELS, em Angra dos Reis (RJ). Já a Hyundai Heavy Industries, da Coreia do Sul, fabricará o casco de 85 mil toneladas métricas e os alojamentos para 240 pessoas.
A Petrobras informa que o fornecimento do FPSO será resultado da contratação na modalidade EPC (engenharia, suprimento e construção) e da estratégia da companhia de desenvolver novos projetos de plataformas próprias, incorporando as lições aprendidas nos FPSOs já instalados no pré-sal, incluindo aspectos de contratação e construção. O FPSO P-78 será interligado a 13 poços, sendo seis produtores e sete injetores, através de uma infraestrutura submarina composta por dutos rígidos de produção e de injeção e dutos flexíveis de serviços.
“Temos o prazer de apoiar a Petrobras com outro grande FPSO, onde estamos assumindo um escopo muito maior do que nunca. Este projeto explora nossas capacidades reconhecidas como integrador líder de ativos de energia e infraestrutura offshore, alavancando nossos pontos fortes em engenharia e gerenciamento de projetos, com foco em trabalhos de maior valor agregado”, comemorou o CEO da Keppel Offshore e Marine, Chris Ong.
Para lembrar, o campo de Búzios, descoberto em 2010, é o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo. É um ativo de classe mundial, com reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração. Deve chegar ao final da década com a produção diária acima de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia, tornando-se o ativo da Petrobras com maior produção. Atualmente, há quatro unidades em operação em Búzios que respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras. A quinta e sexta plataformas previstas para o campo (FPSOs Almirante Barroso e Almirante Tamandaré) estão em construção e a oitava e nona unidades (FPSOs P-79 e P-80) estão em processo de contratação.
Hoje, noticiamos mais cedo que há 13 empresas pré-qualificadas para a licitação envolvendo a plataforma P-80. Uma dessas companhias é a japonesa Modec, que foi suspensa de participar de licitações da estatal brasileira por 13 meses. Outras concorrentes grandes estão na disputa, como a SBM, Saipem e a própria Keppel.