Projeto de Sergipe Águas Profundas garante retomada do conceito de contratação para FPSOs após jejum de mais de 11 anos
O mercado avalia os termos da licitação da Petrobras destinada à contratação do FPSO de Sergipe Águas Profundas para determinar sua estratégia de participação no processo. Conduzida sob o conceito de BOT (Build Operate Transfer), a iniciativa da petroleira promove a retomada desse tipo de modelo de contrato de unidade de produção no Brasil após um jejum de mais de 11 anos.
Batizado de P-81, o FPSO de Sergipe Águas Profundas terá que estar pronto para operação em 2026. A unidade requerida pela Petrobras para o projeto terá capacidade para 120 mil barris/dia de óleo e processar 10 milhões de m³/dia de gás.
De acordo com as exigências do edital, a empresa vencedora terá 42 meses para executar a obra de construção do FPSO. No que diz respeito à operação, o grupo que arrematar o contrato irá operar a unidade pelo prazo de quatro anos, antes de executar a transferência para a Petrobras.
A licitação está sendo conduzida sob o modelo de carta-convite. Segundo apurado, foram convidadas SBM, Saipem, Misc Behard, BW Offshore, Ocyan e CNOOC Energy
A entrega de propostas está marcada para o dia 7 de dezembro, mas não será surpresa se o prazo acabar sendo transferido para 2022. O edital foi encaminhado para as empresas há cerca de um mês.
O lançamento do edital do FPSO de Sergipe Águas Profundas era esperado pelo mercado já há alguns meses. Havia expectativa de que a Petrobras optasse, de fato, por adotar o conceito de BOT para o projeto, como forma de voltar a testar o modelo de contratação.
A estratégia vinha sendo negociada entre a Petrobras e a IBV, sócia da petroleira brasileira no ativo. O desenvolvimento do projeto de Sergipe marcará a implantação do primeiro grande sistema de produção no Nordeste.
A depender da resposta do mercado à licitação, a Petrobras poderá vir a adotar o conceito de BOT em futuras licitações. A petroleira implantou apenas dois sistemas nesse regime de contratação: a P-57, originalmente contratada com a SBM em 2008, e a P-63, que ficou a cargo da BW Offshore, em 2010.