Rebocador SAAM Arara - Foto divulgação Saam

Saam fecha acordo para compra de 17 rebocadores da Starnav

  • 09/05/2022

Transação, avaliada em US$ 150 milhões, envolve aquisição das embarcações de apoio portuário da empresa, que deve ficar mais focada nas operações de apoio offshore no Brasil. Outras quatro unidades azimutais, na carteira do estaleiro Detroit, também serão incorporadas.

 

A Saam assinou, nesta sexta-feira (6), um acordo para a compra de todos os 17 rebocadores portuários da Starnav que operam no Brasil. A aquisição, avaliada em US$ 150 milhões, faz parte da estratégia de renovação da frota e expansão das operações da companhia. A transação, que depende da aprovação dos órgãos de defesa econômica, envolve ainda a aquisição de outros quatro rebocadores azimutais com capacidade de 80 toneladas de tração estática (bollard pull), que estão na carteira de construção do estaleiro Detroit (SC), orçados em aproximadamente US$ 48 milhões.

“Este acordo, que é uma das maiores transações da história da Saam, nos permite continuar crescendo no mercado de apoio portuário e ampliar a nossa oferta de serviços para consolidar nossa liderança como principal operadora de rebocadores nas Américas e uma das maiores do mundo”, declarou, por meio de nota, o gerente geral da Saam, Macario Valdés.

A gerente regional da Saam, Renata Ervilha, destacou que são embarcações de última geração, de grande potência e que vão contribuir para a renovação da frota da empresa de apoio portuário no Brasil. Renata contou que, acompanhando o mercado, a Saam identificou a necessidade de renovação de parte da frota, diante de demandas novas, de diferentes segmentos, por barcos mais potentes. Ela citou a nova bacia de evolução de Itajaí (SC), demandando barcos de 60 toneladas de BP, e a derrocagem da Pedra da Palangana, em Paranaguá (PR), que precisou de barcos de 70t BP, ambos para a entrada de navios de maior porte.

Renata acrescentou que outros portos em Santos (SP), Sepetiba (RJ), Rio Grande (RS) e no Maranhão também vêm precisando de rebocadores com maior potência. Além disso, a Petrobras vem exigindo nos contratos embarcações de apoio com até 15 anos de idade. Outro exemplo é da Vale, que exige para os maiores navios de transporte de minério de ferro cinco rebocadores, sendo três com 70t BP. “Juntando todas as demandas e requerimentos de portos e de clientes, precisávamos de uma frota mais potente e mais nova. Essa [aquisição] foi a forma de entrar no mercado rápido e atender todos os requisitos que estavam pressionando as nossas atividades o tempo todo”, afirmou em entrevista à Portos e Navios.

Esse movimento no setor portuário fez com que a empresa revisse a estratégia de dois anos atrás, quando obteve prioridade do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para a construção de até oito rebocadores. Como a construção de um novo rebocador pode levar entre dois anos e dois anos e meio, a Saam avaliou que poderia ficar um pouco atrás de suas concorrentes, já que parte das embarcações da Saam está com mais de 20 anos de idade. “A compra de frota vai ao encontro do que precisávamos: frota nova, idade média baixa e rebocadores potentes. Eles atendem demandas de renovação da frota, de atendimento de contratos da Petrobras e de atendimento das regras de tração estática demandadas em todos os portos onde operamos”, detalhou a gerente regional da Saam.

A expectativa é que, quando concretizada a aquisição desses ativos, a Saam Towage Brasil seja proprietária de uma das frotas mais competitivas e modernas do país. A Saam observa que, com o aumento do número de operações ship-to-ship, cresceu a demanda por embarcações com sistema de combate à incêndio (Fi-Fi 1). A empresa tem quatro unidades com essa tecnologia e passará a ter mais oferta desse sistema a partir da consolidação da compra da frota da Starnav. “Teremos mais opções para atender novos projetos de GNL (gás natural liquefeito) que vão se estabelecer no país. Os quatro novos rebocadores são modernos e dotados de guindastes para reboque. Estaremos muito bem-posicionados”, projetou. Os guindastes também ampliarão as opções de atendimento a serviços de salvatagem e reboque oceânico.

Renata explicou que, após obter as aprovações, a Saam Towage Brasil assumirá a dívida associada, tanto dos ativos em operação, como dos rebocadores em construção, que será deduzida do preço total da transação. As embarcações financiadas com recursos do FMM têm como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil. A operação de compra dos 17 rebocadores ainda dependerá da análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Recentemente, a Saam também anunciou a aquisição dos negócios de reboque da Ian Taylor, no Peru, e das companhias canadenses Standard Towing e Davies Tugboats, fortalecendo a oferta no Brasil e a divisão de rebocadores do grupo a nível mundial. A Saam Towage presta serviços em mais de 80 portos da América, com mais de 110.000 manobras para 37.000 navios por ano.

“Nossa renovação de frota era urgente. Temos 7 rebocadores da frota com mais de 22 anos de idade. Precisávamos dar um salto importante para manter a competitividade do nosso negócio. A expansão de frota nos permitirá estabelecer operações onde não estamos presentes hoje. Passo importante para a Saam, para competitividade dos portos brasileiros e para todo o mercado”, analisou.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira
09/05/2022|Seção: Notícias da Semana|Tags: , |