USV ‘Suppressor’: a solução da EMGEPRON e TIDEWISE para a Guerra de Minas

  • 07/10/2022

A EMGEPRON e a TIDEWISE apresentaram, na tarde de hoje (05/10), o USV Suppressor, um produto capaz de atuar na Guerra de Minas. O Suppressor irá operar remotamente contra-medidas de minagem, realizando detecção e varredura de minas, através de sonar e Veículos de Operação Remota (ROV).

Tudo começou com o USV Tupan, da start-up TIDEWISE. Uma embarcação autônoma multipróposito, com capacidade para realizar vigilância marítima, controle na área Off-Shore e Busca e Salvamento / Search and Rescue (SAR).

 

USV Tupan é a primeira embarcação autônoma certificada pela Marinha do Brasil, com tecnologia nacional. Um desenvolvimento próprio da TIDEWISE,  empresa brasileira, para clientes tanto nacionais quanto internacionais.

Durante o evento, devido a proximidade com o aeroporto Santos Dumont, não houve autorização para a decolagem e pouso do drone na embarcação.

USV Suppressor

 

Com quase 12 metros de comprimento, o USV Suppressor é um projeto com previsão de preço bem mais em conta do que similares no mercado mundial. Seu preço final dependerá da configuração que a Marinha adquirente optar. A EMGEPRON e a TIDEWISE prevêem 2 anos e meio até a primeira embarcação estar pronta para iníciar os testes de mar.

Suppressor oferece a vantagem de ter custos menores tanto de pessoal quanto de material, fornecendo alta mobilidade estratégica, resiliência, consciência situacional remota com riscos mais baixos para os seres humanos no ambiente operacional e maior eficiência operacional com menor probabilidade de erros humanos.

Outra vantagem é a sua mobilidade estratégica, pois medindo um pouco menos que 12 metros de comprimento; 2,5 metros de largura e pesando apenas 15 toneladas, ele e todo o seu sistema podem ser transportados via terrestre através de carretas, por aeronaves cargueiras (KC-390) e navios tipo LPDs (NDM Bahia), que seriam navios de controle ou Motherships.

Acondicionado em um conteiner de 20 pés, o sistema de controle do Suppressor, permitirá a operação a partir das futuras fragatas classe Tamandaré. Mas qual seria o desempenho deste USV?

Seu casco será fabricado em compósito, o que lhe dará uma velocidade máxima de até 20 kts. A embarcação poderá ter diferentes configurações, a pedido do cliente. Se equipado com Sonar Side Scan/Sonar de Navegação, Scanner 3D LIDAR, Drone LIDAR com Infra-red, visão noturna e alto falantes LRAD, o Suppressor terá um desempenho superior, podendo localizar e identificar minas.

Sua navegação poderá ser controlada remotamente ou autonomamente até a área de operação, executando varredura pré-planejada através de links criptografados, com rastreamento em tempo real na estação de controle. Ao final da missão, o Suppressor retorna ao local atribuído e é feita a desmobilização.

A parceria da EMGEPRON com uma Start-up prova a evolução do Cluster Naval Tecnológico Rio de Janeiro e a entrada da empresa nos projetos estratégicos da Marinha do Brasil e da Defesa Brasileira.

O CEO da EMGEPRON, Vice-Almirante (RM1-IM) Edesio Teixeira Lima Junior, falou sobre as contribuições desse projeto para a Marinha.

CEO da EMGEPRON, Vice-Almirante (RM1-IM) Edesio Teixeira Lima Junior

 

“Primeiramente a posição da EMGEPRON, que é uma empresa pública e estratégica de defesa, vinculada a Marinha, que tem, dentre as suas tarefas, o apoio a Marinha na busca de soluções para as suas atividades. E essa é uma área de automação, como vimos aqui com a demonstração da aplicação de varredura de uma embarcação que pode ser aplicada na Guerra de Minas, no patrulhamento, e como vetor no grande sistema que a Marinha está desenvolvendo, que é o SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), um sistema de consciência situacional da nossa Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

Então, a EMGEPRON, dentro da estrutura de um modelo de negócios que é a formação de clusters, (um aglomerado de empresas e atividades econômicas com um determinado propósito bem definido), contribui para o desenvolvimento nacional, contando essa contribuição através da formação de clusters no Plano Estratégico da Marinha (PEM) 2040.

Nós criamos um cluster no Rio de Janeiro com a participação do estado, a Assembleia, o mundo acadêmico e as empresas, e esse é um produto desse ambiente de negócios, com uma Start-up sendo privilegiada, que é o criadouro de ideias, como foi demonstrado hoje. Surgiu dentro da COPPE/UFRJ e a EMGEPRON entrando como ente comercial, buscando uma solução para a Marinha, e com o potencial da EMGEPRON como uma plataforma de exportação para esse produto, que tem uma aceitação muito grande no mundo”.

Fonte: Defesa Aérea e Naval – Luiz Padilha / Carolina Ambinder
07/10/2022|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |