Sinaval cumprimentou Luiz Inácio Lula da Silva pela eleição da chapa e se colocou à disposição de seu terceiro mandato para colaborar pela retomada da indústria naval e pela criação de novos empregos ao longo do futuro governo.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) manifestou, nesta segunda-feira (31), que o resultado das eleições presidenciais são uma oportunidade de reaquecer as atividades e as contratações do setor. O sindicato, que representa 42 dos principais estaleiros do país, cumprimentou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela eleição de sua chapa, no último domingo (30), e se colocou à disposição do futuro governo para colaborar pela criação de novos empregos no país e pela retomada da indústria naval a partir de 2023.
“O Sinaval está feliz com terceiro mandato dele e espera que agora a indústria naval, após seis anos que ficou estagnada, possa ser retomada como foi nos dois governos dele (2003-2006 e 2007-2010)”, disse o vice-presidente executivo do Sinaval, Sérgio Bacci, à Portos e Navios.
Em julho, o Sinaval apresentou a edição 2022 da agenda com propostas para o fomento setorial e aumento de competitividade, encaminhada aos candidatos à presidência a cada quatro anos. O Sinaval destacou que, entre 2000 e 2013, a política de conteúdo local, as novas encomendas da Petrobras e o aumento da produção offshore fizeram com que o setor avançasse, em média, 19,5% ao ano, de acordo com dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
O documento ressalta que em 2014, no início de um novo mandato presidencial, a indústria naval brasileira vivia um momento de ápice e conseguiu ficar de pé após décadas de esquecimento. “Passados oito anos, às vésperas da escolha dos novos dirigentes do país, continuamos vivendo em um cenário de grandes números. Desta vez, infelizmente, negativos. Tudo o que foi conquistado em uma década de muito investimento e trabalho hoje se resume a uma tentativa de sobrevivência”, lamentou o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha, na publicação.
O levantamento do Sinaval contabilizou que o crescimento da atividade resultou na construção de 605 embarcações até 2016 e na criação de mais de 80.000 empregos diretos e 400.000 indiretos, além da qualificação da mão de obra da cadeia produtiva de petróleo e gás e do desenvolvimento da economia dos municípios, onde os estaleiros estão localizados. A partir da crise iniciada entre o final de 2014 e início de 2015, o setor perdeu mais de 60.000 postos de trabalho. “Dos 28 estaleiros associados no final de 2014, muitos não estão operando. E os que restaram encontram-se na UTI, agarrando-se aos seus últimos contratos para não fecharem as portas”, diagnosticou Rocha.
Em setembro, a campanha de Lula respondeu aos questionamentos da Portos e Navios para a série de entrevistas que contou com três candidatos à Presidência da República (Ciro Gomes-PDT e Simone Tebet-MDB também participaram) dentre os quatro mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais — a candidatura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não respondeu aos questionamentos. Na entrevista, a campanha de Lula destacou que ele pretende retomar a política de conteúdo nacional com objetivo de viabilizar expansão da cadeia de fornecedores.
A revisão da legislação de fomento à indústria naval é outra das metas para o terceiro governo de Lula, com objetivo de incentivar encomendas de novas embarcações aos estaleiros nacionais. Lula também vê espaço para atividades além construção de navios e plataformas — como para energia eólica offshore —, além de desmontes e desmantelamentos de embarcações e estruturas flutuantes.