O segmento de exploração de novos poços de petróleo no Brasil receberá cerca de US$ 1,5 bilhão em investimentos no ano de 2023. A previsão foi revelada nesta semana pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que publicou o dado em um novo painel dinâmico sobre os contratos em fase de exploração. A maior fatia de recursos (US$ 1,1 bilhão) será aplicada na perfuração de até 33 novos poços durante este ano. Desse total, 22 poços serão perfurados em campos terrestres, enquanto os 11 restantes serão do ambiente marinho.
Na parte de sísmica, a ANP estima que as atividades de levantamento de sísmica 2D em 2023 resultarão na aquisição de 2.646 km e no processamento de 2346 km. Já as atividades referentes à sísmica 3D deste ano terão 522 km² de aquisição e 925 km² de processamento. A agência prevê ainda 21 testes de poços exploratórios em 2023.
A atividade exploratória no Brasil seguirá aquecida pelos próximos dois anos. Ainda de acordo com a ANP, em 2024, os recursos previstos em áreas exploratórias serão de aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Desse total, uma parcela de US$ 1,2 bilhão será empregada na perfuração de 36 novos poços. Já para 2025, o total de investimentos estimado é de cerca de US$ 1,4 bilhão – sendo que US$ 1,2 bilhão será destinado especificamente para a perfuração de ao menos 18 novos poços.
A fase de exploração é a primeira dos contratos de áreas de petróleo e gás. Nessa etapa, as áreas exploradas são chamadas de blocos, e as empresas realizam estudos e atividades (como levantamentos sísmicos e perfuração de poços) para detectar a presença de petróleo e/ou gás natural em quantidade suficiente para tornar sua extração economicamente viável. Em caso positivo, a empresa apresenta uma declaração de comercialidade à ANP e o bloco (ou parte dele) se transforma em um campo produtor, dando início à fase de produção. Em caso negativo, a empresa pode devolver o bloco (ou parte dele) à ANP.
Os dados divulgados nesta semana pela ANP constam nos Planos de Trabalho Exploratório (PTE) das empresas detentoras de contratos de exploração e produção de petróleo e gás. O PTE é o instrumento pelo qual são especificadas as atividades, juntamente com seus respectivos cronogramas e orçamentos, para cada bloco sob contrato, bem como para o período em que forem executadas as obrigações remanescentes, atividades vinculadas ao descomissionamento de instalações após o término do contrato de exploração e produção na fase de exploração.
Anteriormente, a ANP já havia divulgado um painel dinâmico com previsões de atividades, investimentos e produções de campos na fase de produção. Neste caso, somente em 2023, serão US$ 22,8 bilhões de investimentos. A maior fatia dos recursos terá como destino a Bacia de Santos (US$ 14,3 bilhões). Em seguida, aparece a Bacia de Campos, com US$ 7,6 bilhões estimados. Para 2024, os investimentos esperados para os campos já em produção somam quase US$ 26,6 bilhões.