NT Almirante Gastão Motta passará por plano de manutenção para modernização e aumento de vida útil. CSENO /Abimaq participa de grupo criado pela Emgepron que discute aumento de índices de nacionalização
Uma delegação de associados da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (CSENO/Abimaq) visitou, na última quinta-feira (20), o navio-tanque (NT) Almirante Gastão Motta (G23), no Rio de Janeiro. O objetivo foi avaliar oportunidades de negócio em atendimento às demandas da modernização da embarcação militar, que passará por um plano de manutenção geral (PMG).
O navio foi construído no antigo estaleiro Ishikawajima, no Rio de Janeiro, e incorporado à esquadra da Marinha do Brasil em 1991. A modernização tem como objetivo aumentar a vida útil do meio naval. O NT Gastão Motta atua no abastecimento de combustível no mar para aumento da autonomia das embarcações da esquadra.
O grupo ouviu dos anfitriões que a modernização seguirá um modelo com a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) capitalizada abrindo consulta pública aos estaleiros interessados, com especificações do que precisará ser feito no PMG da embarcação. O presidente da CSENO, Leandro Pinto, destacou que o encontro foi uma oportunidade para os representantes das empresas verem in loco que podem fornecer determinados itens.
Ele ressaltou que esse canal de comunicação estabelecido com a força naval é um exercício importante para esses empresários identificarem outras demandas e oportunidades de fornecimento local que, num primeiro momento, não estejam mapeadas. “Levamos uma delegação de empresários associados à câmara com intuito de estreitar laços com a Marinha e dizer que a indústria local está aqui”, destacou Pinto, que também é diretor-geral da Anschütz na América Latina e atua no desenvolvimento de negócios na área naval da empresa.
Conteúdo local
A Anschütz fornecerá o sistema de ponte integrada para as fragatas classe Tamandaré, em construção no estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC). “Nosso conteúdo local será a transferência de tecnologia da nossa empresa para capacitação local do nosso pessoal para fazer toda a parte de comissionamento, prova de mar, prova de cais e pós-venda”, detalhou Pinto à Portos e Navios. O presidente da CSENO acrescentou que existem outras participações de empresas associadas à câmara setorial da Abimaq com fabricação 100% local e fornecimento para o programa das fragatas.
“É sempre bom que consigamos aumentar esses índices e isso é uma das discussões dentro da câmara de nacionalização — iniciativa da Emgepron, que pediu participação da Abimaq”, destacou. “Nosso pleito é o aumento da participação da indústria local e a avaliação de alguns cases das principais demandas estratégicas da Marinha, atendendo a Emgepron e conciliando o pleito da indústria local”, salientou.