A retomada das operações do Estaleiro Enseada, que no auge chegou a gerar 7.462 empregos diretos, sendo 3.588 deles somente na cidade de Maragogipe (75% dos empregos formais do município) é aguardada com grande anseio pela população da região do Recôncavo que vislumbra reviver dias de glória com o reaquecimento da economia local.
Capitaneada pelo deputado federal Jorge Solla (PT), uma comitiva composta por deputados federais da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados desembarca em solo baiano, nesta sexta-feira (18), para uma visita técnica às instalações do estaleiro fechado, desde 2014, como consequência da Operação Lava Jato que, à época, denunciou três das empresas do consórcio, sendo elas Odebrecht, OAS, UTC, além da Sete Brasil.
De acordo com Solla, que também representa a Bahia na Frente Parlamentar da Indústria Naval, esta será uma agenda importante porque o Brasil voltou a receber investimento público e a gerar emprego. “O maior guindaste da América Latina está no Estaleiro Enseada. Nós tivemos um investimento grande na requalificação de recursos humanos mandando jovens para o exterior para serem capacitados. Lá, foi montada uma linha de produção com o que há de mais moderno na indústria naval e, infelizmente, com aquele terremoto que destruiu as grandes empresas brasileiras, destruiu também a indústria naval”, disse o deputado ao lembrar que, além de Maragogipe, o Estaleiro empregava trabalhadores de cidades da região como Salinas da Margarida, Nazaré e Santo Antônio de Jesus.
Solla revelou com exclusividade, ao Bahia Notícias, que as conversas com o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França; com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates e com o presidente da Transpetro, Sérgio Bracci, já estão avançadas uma vez que a pauta da indústria naval é prioritária. Ele também adiantou que, após a Bahia, a Comitiva fará visitas aos estaleiros dos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro.
“O nosso trabalho, nesse momento, é catalisador. O trabalho do legislativo não é só formular leis, o legislativo também tem o papel de fomentar, mobilizar esforços, estimular o executivo, as empresas privadas para que viabilizem o projeto. Nesse momento, a questão foi colocada como prioridade e vamos trazer o executivo, o empresariado, o movimento sindical e a própria sociedade para essa pauta. A Petrobras já está sensível à retomada de investimentos nessa área e tem outras ações quanto a isto”, frisou.