Encomendas para ampliação e renovação da frota da Transpetro concretizam promessas feitas por Lula
Nesta segunda-feira (8), a Transpetro anunciará a licitação para os primeiros navios do programa de ampliação e renovação da frota da companhia, subsidiária da Petrobras. Hoje, a Transpetro possui 26 navios próprios, e a Petrobras tem mais de 100 embarcações estrangeiras afretadas. O anúncio finalmente concretiza promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda durante a campanha eleitoral.
Já faz mais de um ano quando Sérgio Bacci, presidente da maior subsidiária da petrolífera, concedeu sua primeira entrevista coletiva em que garantiu que a empresa quer mais navios próprios, e pretendia, inclusive, realizar concursos públicos.
Sobre o financiamento desses navios, o executivo afirmou que virá dos recursos do Fundo de Marinha Mercante via BNDES. “Não vou reeditar o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef)”, avisou o executivo, em maio de 2023. Os 26 navios que compõem hoje a frota própria da Transpetro foram construídos via Promef.
Três meses depois, em agosto de 2023, Bacci informou que a Transpetro iria lançar um edital para contratar 25 navios, que serão construídos no Brasil, para ampliar sua frota própria. O lançamento do edital, previu na ocasião, durante a feira Navalshore, deveria acontecer em janeiro de 2024.
Destravar a construção de navios no Brasil pela Petrobras e combater o afretamento exagerado de petroleiros e gaseiros construídos e registrados em outros países são as duas bandeiras do Fórum pela Retomada da Construção Naval, realizado em fevereiro de 2024, no Rio de Janeiro.
“O afretamento se tornou regra na Petrobras e vem causando danos ao Brasil na geração de empregos locais e no desenvolvimento da economia, além de nos deixar perigosamente dependentes de outros países e vulneráveis em situações de crise internacional”, alertou o Fórum, em reunião das entidades participantes no Centro do Rio de Janeiro, para discutir as bases para uma ampla mobilização nacional.
“Não é possível que o Brasil continue à mercê de gerentes de escalão inferior com motivações equivocadas, que não seguem a legislação e se mostram incapazes de perceber os danos que estão causando ao País”, observou o presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller.
O dirigente sindical fez um alerta ao comentar as declarações que o presidente Lula vem fazendo desde o período da transição governamental, nas quais ressalta a importância de a construção naval e a marinha mercante caminharem juntas.
“A maior empresa do Brasil, que responde por 70% de todas as cargas movimentadas na costa do País, não está alinhada com o crescimento da frota em bandeira brasileira”, avaliou, então, Müller, acrescentando que o plano estratégico da Petrobras não previa ações para reduzir a dependência externa.
A mudança de comando na petroleira, com a saída de Jean Paul Prates e a posse de Magda Chambriard como presidente, parece ter ajudado a destravar os planos. Magda realizou, nos últimos dias, várias trocas nas gerências executivas da estatal, o que deve agilizar a política de encomendas de embarcações e plataformas.