Comemorando 80 anos de trajetória, a Tenenge marcou presença na ROG.e 2024 com a missão de fortalecer suas parcerias e apresentar seus projetos em andamento. Em entrevista ao Petronotícias, o diretor geral da empresa, Maurício Almeida, destacou a importância da participação no evento e ressaltou que a feira deste ano está mais movimentada que nunca. “Estive recentemente na OTC em Houston e posso dizer que a ROG.e deste ano não fica devendo nada ao evento de lá. Pelo contrário, temos a mesma competência técnica, mas com a brasilidade que só nós temos”, afirmou. Olhando para o horizonte, a companhia vê oportunidades de negócios no setor onshore, como as obras previstas na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e no Complexo Boaventura, em Itaboraí (RJ). A construtora também tem em seu radar possíveis negócios envolvendo biocombustíveis e energia renovável. “Ou seja, vemos o Brasil como um mar de oportunidades. Nossa maior preocupação, no entanto, é a qualificação da mão de obra para atender a tantas demandas”, ponderou.
Quais foram os objetivos da Tenenge no evento?
Este é um ano muito especial para nós, pois a empresa está completando 80 anos. Na esteira dessas comemorações, um dos nossos objetivos era participar da feira, trazendo os nossos projetos, além de rever nossos clientes e parceiros. Nossa trajetória sempre foi marcada por parcerias, trabalhando com empresas sérias que podem agregar conhecimento e complementaridade para nós, permitindo que possamos entregar soluções mais robustas para nossos clientes.
Participamos de praticamente todas as edições da Rio Oil & Gas. Este ano, em particular, o evento está bem movimentado, com uma participação massiva. Estamos aqui para apresentar alguns projetos em andamento, tanto no Brasil quanto no exterior.
Poderia citar alguns desses empreendimentos?
Estamos executando dois grandes projetos de refinarias em Angola: a Refinaria de Lobito e a Refinaria de Cabinda, para a Gemcorp e a Sonangol.
Aqui no Brasil, concluímos recentemente projetos importantes, como a termelétrica Santa Cruz para Furnas, no Rio de Janeiro; e o terminal Gasul para a New Fortress Energy, em Santa Catarina. Além disso, continuamos participando de manutenções industriais em plantas petroquímicas da Braskem e da Acelen.
Nossa parceria com o Estaleiro Enseada é bastante forte. O estaleiro possui uma estrutura muito robusta, e a Tenenge tem grande experiência em gestão e engenharia. Juntos, oferecemos soluções mais sofisticadas e robustas, especialmente para projetos de FPSO, onde podemos contribuir com o conteúdo local e com a integração até a fase de start-up.
E como estão as perspectivas com o setor naval?
Eu também sou vice-presidente do Sinaval, que congrega os principais estaleiros offshore de grande porte. O que posso dizer é que o mercado está muito animado. Diferente dos ciclos anteriores de investimento no Brasil na indústria naval, este ciclo é especial porque os estaleiros já estão instalados e ociosos, sem grandes riscos de execução. Basta fazer as encomendas e produzir. A Transpetro, por exemplo, fez uma chamada pública para alguns navios, o que animou bastante os estaleiros. A Petrobras também lançou novas encomendas para PSVs, o que traz ainda mais otimismo para o setor.
A Tenenge, por sua vez, está focada em ajudar o estaleiro Enseada na construção de módulos offshore. Também contribuímos com o Enseada em projetos de navios e barcaças para o setor de mineração.
Quais são as oportunidades mapeadas pela empresa até aqui?
No segmento onshore, existem oportunidades para a conclusão de refinarias da Petrobras, tanto a Rnest quanto o Complexo Boaventura (antigo Comperj/Gaslub). Além disso, estamos atentos aos novos projetos de biocombustíveis que a Petrobras deve lançar.
Importante mencionar ainda os projetos petroquímicos da Braskem, que está voltando a realizar ciclos no Brasil. Outro projeto no radar é a refinaria de Mataripe, na Bahia, que terá uma planta para a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF), em parceria com a Acelen.
No segmento de energia, há um leilão de capacidade a ser realizado em breve e estamos participando ativamente desses projetos. A Tenenge acompanha ainda oportunidades em energias renováveis, como parques solares e eólicos. Ou seja, vemos o Brasil como um mar de oportunidades. Nossa maior preocupação, no entanto, é a qualificação da mão de obra para atender a tantas demandas.
Como a empresa está trabalhando para superar esse desafio de qualificação de mão de obra?
A OEC tem um programa chamado “Acreditar”, que já formou mais de 130 mil profissionais, entre mão de obra direta e indireta. Nosso objetivo é capacitar desde encarregados e soldadores até supervisores e técnicos, mantendo sempre a qualidade e o padrão que a Tenenge e a OEC exigem. O nosso maior ativo são as pessoas. Elas estão no centro de tudo o que fazemos. Por isso, nossa missão é formar pessoas competentes que mantenham o padrão de excelência da companhia.
Por fim, como a Tenenge está se preparando para conquistar novos negócios e capturar as oportunidades que estão surgindo?
Recentemente, reestruturamos o capital da companhia para torná-la mais ágil e preparada para novos investimentos. Além de atuar como prestadores de serviço no modelo EPC, mas também participando de alguma forma dos investimentos dos projetos e, futuramente, construir os próprios projetos dos quais seremos investidores.
A feira ROG.e é um ótimo exemplo das oportunidades que estão surgindo. A presença de tantas empresas internacionais aqui mostra a importância do Brasil no cenário global. Estive recentemente na OTC em Houston e posso dizer que a ROG.e deste ano não fica devendo nada ao evento de lá. Pelo contrário, temos a mesma competência técnica, mas com a brasilidade que só nós temos.