Com implementação da resolução 817 e novas iniciativas regulatórias, país intensifica esforços para tornar descomissionamento de plataformas mais eficiente e ambientalmente responsável.
O volume de investimentos ligados ao descomissionamento de plataformas no Brasil é da ordem de R$ 64,4 bilhões até 2028. O país possui 53 unidades de produção que já ultrapassaram os 25 anos de operação. A Petrobras investirá US$ 11 bilhões no descomissionamento de plataformas offshore nos próximos cinco anos, com 70% desse montante destinados ao fechamento de poços e 30% para a remoção de equipamentos submarinos, como linhas flexíveis. O processo de descomissionamento, que inclui a retirada de instalações e o aproveitamento de materiais, tem se mostrado desafiador para a indústria.
O gerente geral de projetos de descomissionamento da Petrobras, Carlos Castilho, afirmou, nesta quinta-feira (17), que o foco da empresa está na segurança e na sustentabilidade das operações. Ele ressaltou que os procedimentos serão realizados com cuidado para garantir a integridade das operações e a proteção ambiental. Castilho participou do Workshop sobre mapeamento de capacidade tecnológica para a reciclagem sustentável de plataformas offshore no Brasil, organizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.
No evento, a coordenadora de descomissionamento e recuperação de áreas da Agência Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Karen de Alves Souza, disse que um dos maiores desafios atuais é o elevado custo do descomissionamento dessas plataformas. Ela destacou a criação de uma página específica para o tema no site da agência, além de mencionar a necessidade de transformar as pesquisas desenvolvidas em ações concretas. “O Brasil já tinha pesquisas avançadas sobre o tema, mas agora precisamos aplicar essas inovações em casos concretos”, afirmou.
A ANP incorporou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em suas regulamentações, reforçando a importância de práticas ambientais adequadas e o reaproveitamento de infraestruturas. Karen lembrou que a agência reguladora tem papel central na regulação do setor, principalmente a partir da implementação da resolução 817/2020, que orienta as empresas sobre as práticas de descomissionamento.