Empresa aposta em embarcações mais complexas e amplia estrutura para atender aumento da demanda no setor naval da região Norte
O estaleiro Azafran Engenharia lançou, no último domingo (30/03), um navio tanque de 800 metros cúbicos (m³) para abastecimento de combustíveis, na sua unidade do Tapanã, em Belém (PA). A construção foi realizada em uma área coberta de 8.000 metros quadrados (m²) e representa mais um avanço da empresa, que vem investindo em projetos além do padrão comum da região amazônica.
Desde o início das operações, a Azafran optou por um caminho diferente. “Começamos com a construção de um navio tanque de 500 m³, enquanto a maioria dos estaleiros da região foca em barcaças fluviais”, destacou o proprietário do estaleiro, Azarias Araújo, à Portos e Navios.
Atualmente, a equipe trabalha na finalização de uma barcaça graneleira de 2.000 toneladas de porte bruto e em estruturas flutuantes, que são executadas ciclicamente no estaleiro. Novas encomendas estão sendo negociadas para o fim de 2025 e início de 2026. “Se essas encomendas se concretizarem, já temos um planejamento de ampliação para atender ao aumento da demanda do mercado”, afirmou Araújo.
Entre as próximas entregas estão mais um navio e uma balsa, além de cinco navios tanque com capacidade maior do que o primeiro já entregue. A empresa tem concentrado esforços em projetos com maior grau de complexidade. “Estamos focando em embarcações específicas e de alta complexidade, na tentativa de fugir um pouco do foco da maioria dos estaleiros regionais”, ressaltou.
Hoje, a estrutura da Azafran conta com 75.000 m² de área coberta, com equipamentos como guindastes, empilhadeiras, airbags para lançamento longitudinal, além de solda com arame tubular e corte a plasma. A produção segue métodos modernos, como montagem em grupos e engenharia simultânea. A expansão física da empresa já está em andamento com a construção de uma nova unidade de 22.000 m², sendo 6.000 m² cobertos. “Com essa nova área, triplicamos nossa capacidade produtiva”, destaca Azarias. Também há uma área de 240.000 m² reservada para reparos navais, um setor que a empresa acredita ser promissor.
Araújo avalia que, mesmo diante da instabilidade que marca o setor naval, o otimismo é constante. “O mercado de construção naval é extremamente volátil, tudo muda de um ano para o outro. Mas acreditamos que os ventos estão favoráveis à região Norte do Brasil”, analisou. O navio recém-lançado, batizado de “AP5”, passou por vistoria inicial no dia 3 de março de 2025, realizada pelo RBNA, em Belém. A inspeção considerou a embarcação em condições satisfatórias, autorizando seu lançamento. A certificação final será emitida após a vistoria flutuante e a de borda livre.