Relatório estima déficit de 500 oficiais mercantes em horizonte de 5 anos

  • 23/07/2025

Atualização semestral do estudo da Fundação Vanzolini, contratado por empresas de cabotagem e apoio marítimo, reconhece avanços, mas ainda identifica carência analisando oferta e demanda de profissionais

Um novo estudo da Fundação Vanzolini, encaminhado à Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil (DPC), nesta terça-feira (22), estima a escassez de cerca de 500 oficiais da marinha mercante (OMM) em um horizonte de 5 anos. Esse número, de acordo com o levantamento, é suficiente para inviabilizar a operação de aproximadamente 30 embarcações. A atualização considera um cenário conservador, não levando em conta demandas futuras provenientes, por exemplo, da expansão da geração de energia eólica offshore.

O relatório semestral, contratado por empresas de cabotagem e de apoio marítimo, chama a atenção que, apesar dos esforços da DPC para ampliar a oferta de oficiais, os resultados da atual fase do estudo confirmam a tendência de que haverá, forçosamente, um déficit significativo de OMM até 2030. Outra questão levantada foi quanto ao número significativo de reprovações no exame de saúde ocupacional (ASO) entre os oficiais que revalidaram seus certificados por meio do ‘EROM/N’ e do estágio supervisionado.

“Considerando que o impacto do aumento das vagas nas EFOMM [Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante] se dará apenas no longo prazo e que a reserva de oficiais afastados há mais de 5 anos, com possibilidade de revalidação, tende a se esgotar, afirmamos ser fundamental a abertura de novas turmas dos cursos ASOM/ASON, tanto no Ciaga e Ciaba quanto na Femar”, recomenda o documento.

O levantamento demonstrou que, no primeiro semestre de 2025, houve crescimento na oferta e na demanda por oficiais. Por um lado, houve elevação na oferta dos exames de requalificação e dos estágios supervisionados realizados em 2024. Por outro, o aumento da demanda está diretamente relacionado à incorporação de 9 novas embarcações à frota de apoio marítimo e de 6 à frota de cabotagem.

O estudo aponta que o desequilíbrio entre oferta e demanda se mantém em trajetória ascendente, contabilizando, ao final deste semestre, 356 vagas abertas e não preenchidas entre as empresas associadas à Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) e à Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam). O número é considerado significativamente superior às 220 vagas registradas, na mesma situação, em outubro de 2024. Esses dados não incluem Petrobras e Transpetro, nem as demais empresas do setor de apoio marítimo e de cabotagem que não integram as duas associações setoriais.

O levantamento ressaltou ainda que o plano estratégico da Petrobras (2026-2031) projeta a entrada de 44 embarcações de apoio marítimo, sendo 22 já contratadas, 18 FPSOs, 16 navios de cabotagem – incluindo os 4 classe Handy da Transpetro já contratados, além de 8 navios gaseiros em fase de licitação, 4 embarcações de médio alcance (MR1) em estudo e 9 petroleiros MR2 em avaliação que integram o programa de renovação da frota da subsidiária da Petrobras.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira
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