A Techint deve empregar cerca de 5.000 trabalhadores, a partir de maio, em Pontal do Paraná, no final da construção da plataforma P-76, que deve ficar pronta em outubro. A empresa se esforça para conseguir novas encomendas, mas a curto prazo poderá demitir milhares de trabalhadores das diversas cidades do Litoral.
Trabalham na empresa trabalhadores de todo o Litoral. Diariamente, centenas de funcionários saem de Guaratuba, Matinhos e Paranaguá em ônibus da empresa para trabalhar na unidade de Pontal do Paraná.
A Techint emprega hoje, no Litoral do Paraná, cerca de 4.700 funcionários – eram 3.900 de 2017. Segundo a empresa, a P-76 contou com 71% de conteúdo nacional e de cerca de 70% de mão de obra local. Tudo isso corre risco em virtude da redução da exigência de conteúdo nacional para a indústria do petróleo pelo presidente Michel Temer, o que gera incerteza em todo o setor.
Em nota enviada ao Correio do Litoral, a Techint destaca a qualificação de trabalhadores da região e que “está apta a firmar novos contratos após a entrega da plataforma”. Sobre os empregos, o Correioverificou o esforço da empresa para conseguir novas encomendas. Até o final do ano, a empresa considera que poderá “iniciar a operacionalização de outras obras”. Mas os empregos não estão garantidos.
Leia a nota:
“Com forte e contínuo investimento em capacitação, a Techint Engenharia e Construção já contribuiu para a formação de mais de 1.520 profissionais especializados no mercado de óleo e gás, desde o início das obras da P76 em Pontal do Paraná. É importante destacar que, entre eles, cerca de 300 tiveram o primeiro emprego de carteira assinada na Techint.
Desde 2014 milhares de trabalhadores paranaenses foram treinados pela companhia para trabalhar em obras de grande porte no setor de óleo e gás, em crescente expansão no Brasil. Isso mostra que o relacionamento com a população local é muito importante para a Techint, o que faz com que os trabalhadores da região tenham prioridade nas obras desenvolvidas pela empresa.
A Techint está focada em concluir a P76 com a mais alta qualidade, empregando 5 mil colaboradores, sendo apta a firmar novos contratos após a entrega da plataforma.”
Em busca da salvação do setor de óleo e gás
A multinacional aposta no reaquecimento do mercado para continuar sua operação no litoral paranaense. No dia 17, uma comitiva do “Circuito Virtuoso da Indústria de Óleo e Gás” visitou as instalações locais. A visita foi organizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) e federações estaduais de indústria, com o objetivo de promover a indústria fornecedora nacional no setor.
“Queremos mostrar ao mercado que é possível desenvolver no Brasil projetos de conteúdo local com tecnologia de qualidade e prazos eficientes”, afirma o presidente da Techint Engenharia e Construção, Ricardo Ourique.
A plataforma – A P-76 é um navio cargueiro transformado em plataforma de exploração de petróleo. Será utilizada no campo de Búzios 3, no pré-sal, com capacidade de produção de 150 mil barris de petróleo/dia. Dos 20 módulos da P-76, 15 foram executados pela Techint no Brasil.
Esqueleto – Outra opção para manter empregos em Pontal é o trabalho de desmontagem da plataforma encomendada pela falida OSX, de Eike Batista, que teve a construção interrompida em 2013.
Cerca de 70% da encomenda ficou pronta, mas dificilmente poderá ser aproveitada por outra empresa, devido as características peculiares de cada campo de exploração petrolífera. A gigantesca estrutura de quase 20 mil toneladas poderá ser desmontada para ser vendida em partes.