De olho em um portfólio mais equilibrado, petroleira volta a estudar a utilização de FPSOs próprios para os novos projetos
A Petrobras vem avaliando a possibilidade de adotar a estratégia de contratar novos FPSOs próprios para os sistemas de desenvolvimento da produção previstos para entrar em operação a partir de 2023. A proposta está discutida internamente dentro das premissas da revisão do Plano de Negócios, que será voltado ao período 2019-2023, como forma de buscar uma carteira mais equilibrada, com unidades afretadas e próprias.
A informação foi confirmada pelo diretor de Desenvolvimento da Produção & Tecnologia da Petrobras, Hugo Repsold, afirmando não haver até o momento nenhuma decisão tomada ou preferência por um dos dois modelos.
“O equilíbrio entre unidades afretadas e unidades próprias, entre diferentes formas de contratar unidades próprias e afretadas, é que eu acho que enriquece o portfólio da Petrobras. Então é estratégico para gente ter unidades próprias sim e a gente vai voltar a considerar, mas vamos decidir o que for melhor para a Petrobras sem dogmas”, afirma o executivo.
No que diz respeito aos quatro novos FPSOS da Petrobras programados para entrar em operação no Brasil em 2018, Repsold reconheceu que o impacto maior desses sistemas na curva de produção ocorrerá apenas em 2019. Com a maior parte dos sistemas começando a produzir somente no fim do ano e diante do tempo médio de comissionamento de cerca de quatro meses, o executivo confirmou que o trabalho de ramp-up dos novos poços começará a ser feito no próximo ano.
A lista de novos FPSOs da Petrobras contempla duas unidades para Lula – P-67 (Lula Norte) e P-69 (Lula Extremo Sul) – e duas para Búzios – P-75 e P-76. O próximo equipamento da fila a entrar em operação será a P-67, que desde a quarta-feira (18/7) está parada na Baía de Guanabara, onde será submetida aos procedimentos de liberação das autoridades brasileiras.
A projeção é de que a unidade comece a produzir em meados de outubro. O sistema veio trazido da China via dry-tow, em operação realizada pela Dockwise, com o navio Dockwise Vanguard.
A P-67 deve permanecer na Baía de Guanabara por cerca de três semanas, sendo que já nos próximos dias será feita a operação de lastreamento da unidade e a liberação navio Dockwise Vanguard. O transporte o FPSO até a locação será feito por reboques.
A segunda da fila será a P-75, que também sendo trazida da China, só que por meio de rebocadores e mais um barco salva-guarda. A unidade chegará ao Brasil pelo Rio Grande do Sul, onde ficará aguardando sua liberação e internacionalização.
Em seguida, será a vez da P-69 e da P-76, cujo primeiro óleo deve ocorrer próximo ao fim do ano. Afora as quatro unidades por iniciar operação, a Petrobras deu partida neste ano ao FPSO Campos de Goytacazes, instalado em Tartaruga Verde, e a P-74, em produção no campo de Búzios.
Sobre a queda de produção, Hugo Repsold atribuiu os resultados recentes à concentração de paradas de manutenção em um mesmo período. Na avaliação do executivo, o problema não se estenderá em 2019.
“Estamos caminhando para um crescimento sustentável da produção pelos próximos anos. Eu não espero mais nenhum percalço no comportamento da produção”, afirmou o executivo.