Em entrevista a um portal de notícias, CEO da Enauta (antiga Queiroz Galvão Óleo e Gás), fala sobre estratégias de negócios e detalha contratação de FPSO para o campo de Atlanta
“Investimentos bilionários no mercado óleo e gás brasileiro e 60 novos FPSO até 2040 serão demandados no Brasil”. A declaração do ministro de Minas de Energia, Bento Albuquerque, é um dos motivos que fazem a brasileira Enauta ficar de olho em novos negócios com outras empresas de Petróleo.
Segundo o ministro serão investidos cerca de US$ 460 bilhões até o ano de 2040 no mercado de Óleo e Gás, com o país demandando uma frota de cerca de 60 novos FPSOs até lá e que serão perfurados aproximadamente 600 novos poços de petróleo.
A Enauta é a oriunda da antiga Queiroz Galvão Óleo e Gás, empresa de perfuração offshore, fundada em 2001 quando o mercado brasileiro de petróleo se abriu para investimentos privados.
O CEO da companhia, Lincoln Rumenos Guardado, falou em entrevista ao portal de notícias BN Américas sobre os planos de negócios da empresa, sobre a expectativa de mercado, sobre o conteúdo local, e sobre a sobre a contratação de um FPSO para o campo de Atlanta na Bacia de Campos.
Em relação a negócios envolvendo parcerias com empresas estrangeiras, o CEO da empresa declarou que está de olho na chegada de empresas estrangeiras ao mercado brasileiro porque a estratégia da companhia é efetuar parcerias nos ativos.
No início a Enauta fez parcerias com a Equinor, a Total e outras empresas que estavam entrando no mercado exploratório no Brasil.
Em relação a cadeia de fornecedores no país, a Enauta pensa em comprar tudo no Brasil, mas o presidente declara que o mercado ainda não está pronto para o boom que está por vir.
Segundo Guardado, mesmo com todos os esforços que estão sendo feitos em relação ao conteúdo nacional, o mercado ainda vai precisar de nais tempo para reagir.
“As mudanças recentes foram muito positivas para a indústria, os novos leilões ajudarão a trazer investimentos e, assim, mais empresas para o Brasil. Agora, o país está no ritmo correto, reduzimos os requisitos de conteúdo local para incentivar os investimentos em exploração e produção e isso ajudará as empresas a vir para o Brasil. Estamos falando de mais de US $ 6 bilhões em investimentos. Essa é a maneira inteligente de crescer a indústria nacional”. disse ele.
O CEO elogiou ainda a atuação da ANP, “As antigas regras de conteúdo local eram inatingíveis. Um bom exemplo é o que a ANP está fazendo agora, estabeleceu que as empresas que compram equipamentos no Brasil e os exportam para suas operações estrangeiras também ganham pontos de conteúdo local. Isso é excelente e já está dando frutos já que alguns majors estão comprando equipamentos aqui para fora do Brasil”.
Campo de Atlanta
O CEO da Enauta falou sobre a contratação do FPSO para o campo de Atlanta, “O sistema definitivo de produção pode estar em vigor no segundo trimestre de 2022, mas a decisão final ainda não foi tomada. Devido à crise do mercado, precisamos reavaliar nosso plano de desenvolvimento apresentado em 2012, quando o barril estava em torno de US $ 110 e agora está em torno de US $ 60.
Antes falávamos sobre um sistema definitivo com capacidade para fornecer 70.000 b/d de óleo conectado a 12 poços. Agora avaliamos algo entre 50.000 b/d e 70.000 b/d. A produção nos próximos meses nos ajudará a tomar essa decisão e esperamos lançar uma oferta para contratar o FPSO até meados de 2020”.