Conforme antecipado pelo PetróleoHoje, companhia contratará três plataformas, sendo uma afretada e duas pelo modelo de EPC
A diretoria executiva da Petrobras aprovou, na quinta-feira (23/7), o início dos processos de contratação de três novas plataformas do tipo FPSO para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
A primeira a iniciar operação será o FPSO Almirante Tamandaré, o sexto sistema de produção do campo, com entrada em produção prevista para o segundo semestre de 2024. O FPSO será afretado e terá capacidade de processamento diário de 225 mil barris de óleo e 12 milhões de m³ de gás. Será a maior unidade de produção de petróleo a operar no litoral brasileiro e uma das maiores do mundo.
As outras duas unidades serão contratadas na modalidade EPC (sigla em inglês para a contratação de engenharia, suprimento e construção) e terão capacidade para processar diariamente 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de m³ de gás cada uma. A previsão é que essas plataformas entrem em operação em 2025.
Nomeadas P-78 e P-79, as unidades são resultado da estratégia da Petrobras de desenvolver novos projetos de plataformas próprias, incorporando as lições aprendidas nos FPSOs já instalados no pré-sal, incluindo aspectos de contratação e construção.
Chamado de Projeto Referência, os estudos realizados pela companhia consolidaram esse aprendizado em um projeto de FPSO para contratações futuras, que incorpora padronização adicional de especificações e aprimoramentos no modelo de abordagem ao mercado, como a redução de interfaces, com a contratação de um único fornecedor na modalidade EPC, responsável por todas as etapas do projeto; pré-qualificação de fornecedores; alinhamento de interesses no contrato e melhor detalhamento do projeto básico.
Segundo a companhia, há ainda incorporações tecnológicas em áreas como reservatórios, poços e sistema submarino, com foco em aumento do fator de recuperação, maiores vazões, redução de custo, segurança e eficiência.
Além das plataformas, a Petrobras irá ao mercado para contratar árvores de natal molhadas (ANMs), sondas, serviços de poços e sistema submarino de coleta e exportação. A expectativa é que as contratações dos FPSOs e das ANMs sejam concluídas e os contratos assinados em 2021. As demais contratações serão realizadas nos próximos 18 meses.
Todas as contratações atenderão aos níveis de conteúdo local exigidos para o campo de Búzios, afirmou, em nota, a companhia.
A nova série de licitações de FPSOs para Búzios foi antecipada pelo PetróleoHoje no início deste mês.
Maior ativo da Petrobras
As novas plataformas serão as primeiras contratadas após a aquisição dos volumes excedentes da cessão onerosa do campo de Búzios, em novembro de 2019, em parceria com as chinesas CNOOC e CNODC.
As unidades fazem parte do plano de desenvolvimento do ativo, que prevê um total de 12 unidades instaladas até o final da década. Ao término da fase de desenvolvimento, é esperado que o campo de Búzios produza mais de 2 milhões de boed, tornando-se o maior ativo da Petrobras, com maior produção.
Atualmente, há quatro unidades em operação em Búzios, que respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras e mais de 30% da produção dos campos do pré-sal. Em 13 de julho, essas plataformas atingiram os recordes de produção do campo, de 674 mil bopd e 844 mil boed.
Uma quinta plataforma, com capacidade de produção de 150 mil bpd de petróleo, está em construção. Nomeado FPSO Almirante Barroso, tem início de produção previsto para o segundo semestre de 2022.