Até 2030 a previsão é de 12 unidades instaladas para atender o Plano de Desenvolvimento do campo de Búzios ( maior campo de petróleo em águas profundas do mundo), no pré-sal da Bacia de Santos. Além das plataformas, a Petrobras também irá ao mercado para contratar árvores de natal molhadas (ANMs).A expectativa é de que as contratações dos FPSOs e das ANMs sejam concluídas e os contratos assinados em 2021. As demais contratações serão realizadas nos próximos 18 meses.
A Petrobras informou que sua Diretoria Executiva aprovou no dia 23 de julho (quinta-feira), o início dos processos de contratação de três novas plataformas do tipo FPSO (sigla em inglês para a unidade que produz, armazena e transfere petróleo e gás), para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
As três novas unidades serão as primeiras contratadas após a aquisição dos volumes excedentes da cessão onerosa do campo de Búzios, em novembro de 2019, em parceria com as companhias chinesas CNOOC Petroleum Brasil Ltda. (CNOOC) e a CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda. (CNODC). A aquisição desses volumes adicionais, para os quais a Petrobras pagou R$ 61,4 bilhões como bônus de assinatura, é resultado da gestão ativa de portfólio realizada pela companhia. A venda de ativos que trazem menor retorno financeiro e que não fazem parte do negócio principal da empresa disponibiliza recursos para investimentos em projetos mais promissores e de maior retorno, como é o caso do campo de Búzios.
De acordo com a Petrobras, as novas plataformas fazem parte do Plano de Desenvolvimento do ativo, que prevê um total de 12 unidades instaladas até o final da década. Ao término da fase de desenvolvimento, é esperado que o campo de Búzios produza mais de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), tornando-se o maior ativo da Petrobras, com maior produção.
Atualmente, há quatro unidades em operação em Búzios, que respondem por mais de 20% da produção total da Petrobras e mais de 30% da produção dos campos do pré-sal. Em 13 de julho, essas plataformas atingiram os recordes de produção do campo, de 674 mil barris de óleo por dia (bpd) e 844 mil barris de óleo equivalente por dia (boed).
FPSO Almirante Barroso — Uma quinta plataforma, com capacidade de produção de 150 mil bpd de petróleo, está em construção. Nomeado FPSO Almirante Barroso, tem início de produção previsto para o segundo semestre de 2022.
FPSO Almirante Tamandaré — A primeira das três novas unidades a iniciar operação será o FPSO Almirante Tamandaré, o sexto sistema de produção do campo, com entrada em produção prevista para o segundo semestre de 2024. O FPSO será afretado e terá capacidade de processamento diário de 225 mil barris de óleo e 12 milhões de m3 de gás. Será a maior unidade de produção de petróleo a operar no litoral brasileiro e uma das maiores do mundo.
FPSOs P-78 e P-79 — As outras duas unidades serão contratadas na modalidade EPC (sigla em inglês para a contratação de engenharia, suprimento e construção) e terão capacidade para processar diariamente 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de m3 de gás, cada uma. A previsão é de que essas plataformas entrem em operação em 2025. Nomeadas P-78 e P-79, essas unidades são resultado da estratégia da Petrobras de desenvolver novos projetos de plataformas próprias, incorporando as lições aprendidas nos FPSOs já instalados no pré-sal, incluindo aspectos de contratação e construção.
Chamado de Projeto Referência, os estudos realizados pela companhia consolidaram esse aprendizado em um projeto de FPSO para contratações futuras, que incorpora padronização adicional de especificações e aprimoramentos no modelo de abordagem ao mercado, como a redução de interfaces, com a contratação de um único fornecedor na modalidade EPC, responsável por todas as etapas do projeto; pré-qualificação de fornecedores; alinhamento de interesses no contrato e melhor detalhamento do projeto básico.
Há, ainda, incorporações tecnológicas em áreas como reservatórios, poços e sistema submarino, com foco em aumento do fator de recuperação, maiores vazões, redução de custo, segurança e eficiência.
— Além das plataformas, a Petrobras também irá ao mercado para contratar Árvores de Natal Molhadas (ANMs) — que são equipamentos submarinos necessários para controle do fluxo dos fluidos produzidos ou injetados nos poços , sondas, serviços de poços e sistema submarino de coleta e exportação— adianta a companhia.
— A expectativa é de que as contratações dos FPSOs e das ANMs sejam concluídas e os contratos assinados em 2021. As demais contratações serão realizadas nos próximos 18 meses — continuou.
— Todas as contratações atenderão aos níveis de “Conteúdo Local” exigidos para o campo de Búzios — disse a Petrobras.
Campo gigante — Búzios, o maior campo de petróleo em águas profundas do mundo, é um ativo de classe mundial, com petróleo de ótima qualidade, reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração. Situa-se a 180 km da costa brasileira e a mais de 5.000 metros de profundidade. Possui área de 850 km², com espessuras de reservatórios de até 480 metros e excelente qualidade da rocha reservatório. Os mais de 45 poços perfurados até o momento confirmam a excelente qualidade do reservatório.
FPSOs de maior porte — As características de permeabilidade e porosidade do reservatório, associadas a grandes espessuras de coluna de óleo, permitem que cada poço de Búzios produza, em média, mais de 50 mil barris de óleo por dia. Atualmente, o campo possui os seis poços com maior produção de petróleo do país. A alta produtividade do campo justifica a instalação de FPSOs de maior porte.
E&P — O desenvolvimento de Búzios está alinhado ao posicionamento estratégico da Petrobras, que foca em ativos de E&P (Exploração e Produção) de classe mundial, especialmente no pré-sal, nos quais a companhia tem vantagem competitiva, com conhecimento técnico e experiência, e obtém mais retorno para os investimentos. Búzios é o melhor e mais promissor ativo da Petrobras.
O conjunto de inovações desenvolvidas pela Petrobras para viabilizar a produção de Búzios levou a companhia a vencer pela quarta vez o principal prêmio da indústria de óleo e gás, o Distinguished Achievement Award for Companies, concedido pela Offshore Technology Conference (OTC), em fevereiro de 2020 — destacou.
Em março de 2020, a Petrobras assinou o contrato de partilha de produção, tendo a CNOOC e a CNODC como parceiras, e a Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) como gestora. As partes vêm discutindo a estratégia global de desenvolvimento do campo e as demais questões relacionadas ao acordo de coparticipação, cuja vigência está prevista para iniciar em 2021 e que regulará a coexistência dos contratos de cessão onerosa e de partilha de produção.
Investimentos de US$ 27 bilhões em 2019 — A Petrobras foi a companhia de petróleo e gás natural do Ocidente que mais investiu em 2019, tendo aplicado US$ 27 bilhões em seus projetos. Mais da metade desse valor foi destinado à aquisição dos direitos de exploração e produção do campo de Búzios — afirmou a empresa.