A informação é do diretor executivo de Desenvolvimento da Produção da companhia, Rudimar Lorenzatto (foto), que participou de um webinar promovido pela SPE Brasil. O executivo afirmou que quanto mais cedo a Petrobras envolver o mercado fornecedor e a cadeia de suprimentos, mais rápido a empresa terá uma consolidação sobre as melhores decisões para seus futuros projetos.
“Nós da Petrobras, até pela condição da empresa e nosso modelo de contratação, sabemos que dissipamos um tempo enorme até assinatura do contrato. Isso penaliza os projetos. Uma das ações que estamos focando é no early engagement, no sentido de compartilhar mais cedo as novidades contratuais e técnicas com o mercado fornecedor de serviço de poço, de sonda, de sistema submarino e de construção de FPSO”, disse Lorenzatto.
O diretor da Petrobras disse que essa será uma postura a ser adotada pela empresa, ainda mais agora que a companhia está procurando inovar ainda mais. Ele citou dois exemplos dessas inovações: “Nos FPSOs que estamos indo ao mercado contratar, [as novidades vão ser] as reduções das interfaces. É importante que os licitantes conheçam o que significa essa redução de interfaces”, explicou. “Nos serviços de poços também, estamos indo ao mercado com contratos mais integrados e com menos linhas de serviço. A [empresa] prestadora está sendo chamada a fazer um pedaço substancial da perfuração”, acrescentou.
Lorenzatto afirmou ainda que o objetivo é dar oportunidades para empresas apresentarem ideias e, em parceria com a Petrobras, ajustar contratos e especificações às possibilidades da cadeia de suprimento. “O novo projeto básico da nova geração dos FPSOs de Búzios foi divulgado para as empresas da área. A maioria das minutas contratuais também estão sendo divulgadas a maioria pela nossa área de procument”, explicou. “E também temos sentado com a Abespetro no sentido de entender que riscos que as empresas veem nos contratos. Com isso, vamos reduzir os prazos, aumentar a resiliência dos projetos e antecipar a receita das empresas fornecedoras, porque assinamos mais rápido os contratos”, concluiu.
Shell prevê investir R$ 300 milhões em P&D e Equinor de olho no Brasil
O debate teve ainda as participações do presidente da Shell Brasil, André Araújo, e da vice-presidente de estratégia e portfólio da Equinor, Letícia Andrade. Pelo lado da petroleira angloholandesa, a meta é encarar o atual momento de preços baixos do mercado de óleo e gás com a necessidade de manter CAPEX e OPEX sob controle. Além disso, a ideia é conseguir eficiência nos projetos de exploração e produção por meio de investimentos em inovação.
“Esse ano, a Shell vai fazer investimentos entre 250 milhões e 300 milhões de reais em projetos de P&D aqui no Brasil. Temos diversas parcerias, olhando para temas como recuperação de óleo avançada em áreas de carbonatos, polímeros, fluidos, digitalização de subsea, impressão 3D de peças e equipamentos, abatimento de carbono. Tem uma série de atividades”, revelou Araújo.
Enquanto isso, a Equinor diz que suas ambições de longo prazo para o Brasil continuam firmes, apesar dos desafios. “Aqui no Brasil temos variedade de projetos. Temos projetos em exploração, avaliação, desenvolvimento e produção. Esses projetos muito precisam sair do papel. É fundamental toda a discussão para garantir competitividade e atratividade. A disputa por capital está mais acirrada do que nunca”, pontuou Letícia.
O webinar teve a mediação do ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, e contou com a participação do presidente da Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro), Adyr Tourinho, e do presidente da SPE Brasil, Carlos Pedroso.