O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já bateu o martelo e confirmou a retomada do calendário de leilões de blocos de óleo e gás no Brasil a partir de 2021. Uma destas licitações será a 17ª Rodada de Concessão, a primeira no país a ofertar seis blocos para além de 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilômetros da costa), na Bacia de Santos. Além dos desafios para exploração e produção nessas áreas, outro ponto importante para viabilizar a atividade nessas novas fronteiras é a questão de monitoramento. E quis o destino que o anúncio da oferta desses blocos além das 200 milhas náuticas praticamente coincidisse com o lançamento de uma solução tecnológica, fabricada aqui mesmo no país, que se encaixa muito bem para a defesa dessas regiões: o drone Atobá, desenvolvido pela empresa Stella Tecnologia.
O CEO da companhia, Gilberto Buffara Jr. (foto), participou recentemente de um webinar para apresentar os detalhes do VANT [Veículo aéreo não tripulado] e falou da possibilidade de aplicação do drone em áreas além das 200 milhas náuticas: “O Atobá é perfeito para fazer o monitoramento dessas zonas petrolíferas no mar. Ele possui alcance para essa finalidade. Inclusive, poderia ter uma estação de controle [do drone] em uma plataforma. Então, ele é perfeito para controle da nossa faixa oceânica”, disse Buffara, durante a transmissão online, promovida pelo canal DAN TV.
Além dos blocos programados para oferta na 17ª Rodada, há ainda os ativos que já estão em produção na camada do pré-sal, que ficam só um pouco mais perto da costa, entre 250 km e 300 km. Conforme já noticiamos, os campos do pré-sal já respondem por 70% da produção nacional de petróleo no Brasil. A camada está dentro da chamada Amazônia Azul. E para defender toda essa faixa, com área de 5,7 milhões de km², o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), da Marinha do Brasil, prevê o uso de aeronaves remotamente pilotadas para monitoramento.
“O Atobá pode ser empregado em todo o tipo de missão que necessite de monitoramento persistente. Com 28 horas de autonomia, ele pode monitorar grandes extensões territoriais. O avião pode se prestar a monitoramento de fronteiras, da nossa faixa oceânica e do território amazônico. Podemos usar câmeras multiespectrais para detectar contaminação, pesca ilegal, derramamento de óleo e uma série de outros usos”, projetou Buffara.
O drone é capaz de voar até 28 horas ininterruptas e usa gasolina como combustível. Ele é equipado com câmeras de transmissão em alta resolução, que podem enxergar a quilômetros de distância com ótima resolução, inclusive com câmeras que captam radiação infravermelha. O sistema de controle de navegação do avião é instalado em uma central, de onde o Atobá é operado. A aeronave também pode alcançar até 5.000 metros de altura, de acordo com a autorização do controle de tráfego aéreo.