Apesar da baixa produtividade, a mão de obra barata faz com que os estaleiros chineses estejam em melhor posição para atrair novos contratos de construção nos próximos cinco anos, em comparação aos estaleiros de Cingapura, Coreia do Sul e Japão, segundo análise da Rystad Energy, publicada na terça-feira (13/10).
A consultoria usou como cenário uma possível retomada dos investimentos offshore a partir de 2021, com as operadoras de petróleo e gás buscando estaleiros para a construção de novas instalações, principalmente de FPSOs.
Fazendo uma comparação entre os custos de construção de um casco de FPSO nos estaleiros dos quatro países asiáticos, foi visto que os estaleiros chineses possuem preços 30% mais baixos do que os japoneses.
De um modo geral, construir um casco de FPSO em um estaleiro chinês custa, em média, US$ 94 por m³, contra US$ 111 por m³ na Coreia do Sul, US$ 128 por m³ na Cingapura e US$ 135 por m³ no Japão.
Essa competitividade é gerada pela média de salário por hora na indústria asiática, considerada entre as mais baixas do mundo. A China se destaca pelos menores valores, com uma média de US$ 5 por hora de trabalho.
Em Cingapura, esse valor aumenta para US$ 11,8 por hora. Por sua vez, o Japão e a Coreia do Sul tem mais do que o dobro do salário médio por hora dos chineses, com US$ 15,6 e US$ 16,5, respectivamente.
Já o índice de produtividade usado pela Rystad no estudo é calculado com base nos níveis de produtividade dos EUA em 2019.
De acordo com as métricas norte-americanas, a Coreia do Sul possui a maior produtividade nos estaleiros da Ásia, seguida do Japão, Cingapura e, por último, a China.
Petrobras
Das 12 novas plataformas afretadas pela Petrobras até 2024, ao menos seis estão sendo construídas em estaleiros asiáticos: os FPSOs Carioca (Sépia), Guanabara (Mero 1), Almirante Barroso (Búzios 5), Anita Garibaldi (Marlim 1), Sepetiba (Mero 2) e Anna Nery (Marlim 2).