A indústria fornecedora de bens e serviços e o governo federal irão reunir esforços para atrair para o Brasil investidores estrangeiros fabricantes de máquinas e equipamentos. A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinam nesta quinta-feira, dia 31, convênio para mapear as lacunas da indústria local antes que o pré-sal atinja o seu pico de produção, um projeto que irá custar R$ 20 milhões em 20 meses.
O primeiro passo será realizar seminários por oito Estados brasileiros para conhecer os fabricantes nacionais e reconhecer os equipamentos que não são produzidos internamente, o que abre espaço para a formação de parcerias entre empresas nacionais e estrangeiras.
Em contrapartida, conta Bruno Musso, superintendente da Onip, os fabricantes estrangeiros, ao se associarem em joint ventures com companhias brasileiras, terão a vantagem de serem preferidos pelas petroleiras, que têm o compromisso de aquisição de um volume mínimo de bens e serviços na indústria local.
Alexandre Petry, gerente-executivo de Investimentos da Apex, afirma que a expectativa é atrair de 20 a 30 empresas para o País. Entre as áreas passíveis de formação de parcerias estão a de navipeças, ligada à construção e reparação de navios, e subsea, de produção e operação de equipamentos interligados aos poços e plataformas.
“O Brasil demoraria muito para desenvolver o que não possui aqui, por razões de mercado ou gap tecnológico. É difícil começar do zero, principalmente quando os equipamentos já existem em outros países e poderiam ser absorvidos por empresas locais”, afirmou Musso.
O objetivo da parceria entre a Onip e a Apex não é só atender ao pré-sal, conta ele, mas também inserir as empresas nacionais no mercado global. “A indústria brasileira ficou muito fechada para o mercado interno, ao contrário do restante do mundo”, afirmou o superintendente da Onip.