A estruturação de um cluster tecnológico naval foi debatida entre a Federação das Indústrias (FIESC), a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e a Secretaria de Assuntos Internacionais do Governo de SC, em reunião realizada na última semana na cidade de Florianópolis (SC). O capitão de mar e guerra, André Gabriel Sochaczewski, gerente da unidade de negócios de logística da EMGEPRON, apresentou o modelo de cluster instalado no Rio de Janeiro.
Sochaczewski chamou a atenção para a importância de fortalecer os negócios voltados à economia do mar, setor que, segundo ele, responde por 18,9% do PIB brasileiro, considerando as diversas atividades que estão ligadas à economia do mar. Ele destacou o ambiente propício que existe em Santa Catarina, especialmente com a execução do projeto das fragatas em Itajaí. “Santa Catarina está mais próxima de se tornar um cluster com potencial de negócios muito forte”, disse. Ainda em sua apresentação, ele destacou que o valor agregado da economia do mar no mundo, no período de 2010 a 2030, será de US$ 3 trilhões, cerca de 6% da economia global. Além disso, há uma estimativa que o tráfego marítimo de cargas vai triplicar até 2050 e 90% do comércio exterior global ocorra pelo mar.
O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, destacou que o Brasil se encontra numa situação de competitividade empresarial e desenvolvimento econômico delicada. “O nível de industrialização do país está na faixa de 18%, enquanto na Alemanha esse percentual é de 33% e na China é de 48%. A temática da industrialização é fundamental e é um desafio que não vai mudar no curto prazo. A temática de clusters, ecossistemas de inovação e desenvolvimento é o caminho para desenvolver negócios”, declarou.
A secretária de Assuntos Internacionais, Daniella Abreu, destacou o interesse na expansão do segmento da economia do mar. “Temos que explorar muito mais e estamos à disposição para articular. Para nós, é mais um universo em que temos que cooperar, incentivar e ajudar a iniciativa privada a se desenvolver”, afirmou.