Comissão da Alerj debate proposições para a indústria naval com setores produtivos de óleo e gás

  • 31/08/2021

 

A Comissão Especial de Indústria Naval, de Offshore e de Petróleo e Gás da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) debateu Política de Conteúdo Local e caminhos para a geração de empregos para o setor naval do Estado do Rio com representantes de associações vinculadas à cadeia de óleo e gás. A discussão aconteceu em reunião realizada nesta segunda-feira (30/08), por meio de videoconferência.

“É preciso estender a questão do Conteúdo Local para discutir uma política industrial estratégica para o Estado do Rio, que é vocacionado especialmente para o mar. Nós temos cerca de 20 estaleiros e a grande maioria está aquém do que é o desejado, que é a geração de empregos”, disse a presidente da comissão, deputada Célia Jordão (Patriota). A parlamentar também ressaltou que, de acordo com os contratos da Petrobras, 70% dos investimentos vão para o exterior e somente 19% ficam no Estado do Rio.

Segundo o superintendente-adjunto de Conteúdo Local da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Gustavo Tinoco, é importante saber como tirar mais investimentos de reservas que estão contratadas do que focar em reformular a Política de Conteúdo Local. “As maiores reservas de pré-sal descobertas já estão contratadas e com os índices de conteúdo local estabelecidos. O cerne da aplicação do Conteúdo Local são os percentuais mínimos exigidos nos contratos. Por isso, estamos desenvolvendo indicadores para medir essa formulação, levando em consideração o que está sendo cumprido neste momento”, explicou.

Para o vice-presidente da Rio Indústria, Marcius Ferrari, o empresariado fluminense está há anos vivendo com a falta de investimento na Indústria Naval. “Infelizmente, eu vi o Estado do Rio perder toda a sua indústria de nave e peças. Com isso, foram centenas de desempregados e de impostos deixando de ser arrecadados, que poderiam ser investidos para o povo”, comentou.

Já o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado, o Brasil tem uma possibilidade enorme de gerar empregos, impostos e movimento na economia a partir das demandas da indústria naval. “Nós temos uma indústria muito bem aparelhada, com a mesma tecnologia das empresas internacionais que estão aqui. Mas é preciso autonomia de decisão. É importante que a gente tenha controle para gerar produção nacional e uma porcentagem da cabotagem para manter a nossa capacitação”, pontuou.

Também estiveram presentes na reunião o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da Abimaq, Bruno Galhardo; o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia; o diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Ricardo Maranhão; e o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci.

Fonte: Alerj
31/08/2021|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |