Operação em análise no BNDES aguarda estruturação de garantias para repasse de recursos, provenientes do FMM. Prioridade vem sendo reapresentada nas últimas reuniões do conselho diretor do fundo.
O Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) tenta obter, desde 2018, um financiamento no valor de R$ 1,46 bilhão com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Na última reunião ordinária, realizada em julho, o conselho diretor do fundo (CDFMM) aprovou uma nova prioridade referente à ‘construção de estaleiro em Aracruz (ES)’, em nome do EJA. De acordo com a ata da reunião, a conselheira Elisa Salomão Lage, representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), informou que a operação se encontrava em análise no banco já há algum tempo, aguardando a estruturação de garantias que, a princípio, será equacionada nos próximos meses.
Na ocasião, o conselheiro Rafael Furtado destacou que, provavelmente, o desembolso ocorrerá em sua maior parte, assim que a contratação for concluída. Já o conselheiro suplente Alexandre Messa, representante do Ministério da Economia se absteve na votação, justificando que era a sua primeira participação em reuniões desse conselho e porque o projeto de significativo volume de recursos estava sendo novamente reapresentado.
À reportagem, o Ministério da Infraestrutura esclareceu que a operação ainda está em análise por parte do BNDES, sem previsão de quando e se a contratação vai ocorrer. “O FMM existe para fomentar o setor naval brasileiro, seja com projetos em fase inicial ou já construídos, como é o caso citado”, afirmou a pasta em nota. Procurado pela Portos e Navios, o EJA não havia dado mais detalhes sobre o status e a destinação do crédito pleiteado, até o fechamento desta reportagem.
O BNDES afirmou em nota que não comenta eventuais pedidos de financiamento por conta de sigilo empresarial. O banco ressaltou que, conforme prioridade concedida pelo CDFMM, a finalidade do financiamento se refere ao apoio à construção do estaleiro. “De acordo com as regras do FMM, é possível apoiar investimentos realizados até 180 dias antes do pedido de priorização junto ao FMM, mediante reembolso dos valores comprovados”, acrescentou o banco.