Informação, publicada pelo site Defesa Aérea & Naval foi confirmada por fontes ouvidas pela Portos e Navios que acompanham o processo de perto. Expectativa é que anúncio oficial da força naval sobre o consórcio escolhido ocorra nos próximos dias.
O Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), do grupo Sembcorp Marine, de Cingapura, venceu a concorrência para a construção do navio de apoio Antártico (NApAnt) para a Marinha do Brasil. A informação, publicada pelo site Defesa Aérea & Naval nesta terça-feira (5), foi confirmada por fontes ouvidas pela Portos e Navios que acompanham o processo de perto. Procurada pela PN, a Marinha do Brasil não havia confirmado as informações até o fechamento da reportagem. A expectativa é que um anúncio oficial da força naval sobre o consórcio escolhido ocorra nos próximos dias. A próxima etapa será de iniciar contatos com o estaleiro e o grupo controlador a fim de acertar os detalhes e questões contratuais.
De acordo com o site especializado da área de defesa, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, comandante da Marinha do Brasil, anunciou o grupo de Cingapura como vencedor do processo em evento a bordo do navio-aeródromo multipropósito Atlântico, na última segunda-feira (4), com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na ocasião, ele participou de agenda com militares da força naval, no Rio de Janeiro.
O Estaleiro Jurong Aracruz/Sembcorp Marine foi um dos três consórcios finalistas na short list da Marinha, concorrendo com Damen Shipyards/Wilson Sons Estaleiros e Itaguaí Construções Navais (ICN)/Kership S.A.S (joint venture entre as francesas Piriou e Naval Group). A construção do novo navio polar demandará investimentos da ordem de US$ 200 milhões.
O NApAnt substituirá o navio de apoio oceanográfico (NApOc) Ary Rongel, que está no final da vida útil. O novo navio desenvolverá as mesmas missões do NApOc Ary Rongel, com capacidades aprimoradas, a partir da experiência da Marinha no Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e dos requisitos de apoio à nova Estação Antártica Comandante Ferraz. O Ary Rongel foi incorporado à Marinha do Brasil em abril de 1994 e, a partir de então, a cada ano, opera em média durante seis meses na Antártica.
O objetivo é que o novo navio possa ser construído entre 2022 e 2025, com a expectativa de geração de 600 empregos diretos e seis mil indiretos. As empresas vencedoras deverão constituir uma sociedade de propósito específico (SPE) para negociação de contrato e construção de navio. Esta etapa contará com assessoria jurídica e do setor de compliance da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) como fiscalizadora junto a uma sociedade classificadora a ser contratada pela SPE vencedora. Os fornecedores deverão atender aos requisitos de qualidade que a classificadora exigir.
Para esse projeto, a Marinha exigirá índice de conteúdo local mínimo de 45%, que será calculado a partir da divisão entre custos diretos de produção local (materiais, serviços e mão de obra direta) dividido pelos custos diretos de produção local e importados (custos totais), conforme critérios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A RFP (request for proposal) estabelece que o navio deverá ser construído em estaleiro situado no Brasil.