‘Atlântico Sul Heavy Industries Solutions’ atualizará escopo do estaleiro, alinhando atividades desenvolvidas às oportunidades além da indústria naval, prospectadas pela empresa
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vai apresentar, em agosto, sua nova marca: ‘Atlântico Sul Heavy Industries Solutions’. O conceito atualiza o escopo do estaleiro, alinhando as atividades já desenvolvidas às oportunidades além da indústria naval, prospectadas pela empresa nos segmentos de O&G, energias renováveis e demais mercados através do fornecimento de grandes estruturas que podem ser fabricadas nas instalações, localizadas no complexo de Suape. O anúncio está previsto para ocorrer durante a Navalshore, que acontece entre os dias 16 e 18 de agosto.
A presidente do EAS, Nicole Terpins, explicou à reportagem que a adequação à realidade atual do setor passou pelos estudos para o melhor vocacionamento dos ativos, que foram concebidos para uma demanda de construção naval que não é mais perceptível no horizonte de curto prazo. Para isso, houve a desconstrução dos pilares que um dia justificaram e balizaram o projeto de revitalização da indústria naval.
Ela lembrou que o estaleiro foi concebido para construção de grandes embarcações, com demanda lastreada em projetos da Petrobras e que, sem garantia de financiamentos e demanda, foi necessário destinar parte dos ativos à outras frentes de forma a prestigiar o investimento feito no estaleiro e os credores que confiavam no projeto de longo prazo. “Entendemos que não faz sentido manter a estrutura disponível para uma demanda que, neste momento, não conseguimos enxergar como antes”, ressaltou à Portos e Navios.
A avaliação é que o recente leilão para a venda de uma área do estaleiro para a instalação de um novo terminal portuário em Suape foi um marco importante do processo de recuperação judicial, que tem duas frentes principais: a retomada das atividades de reparo, iniciada em 2020, e o estudo para encontrar as vocações do estaleiro diante do atual cenário da indústria e buscar novos mercados. “A área que permanece com o estaleiro continua nos qualificando o suficiente para que possamos entrar em outros projetos, inclusive voltados para indústria naval”, frisou.
Nicole explicou que as caldeirarias possibilitam a produção de grandes estruturas metálicas, podendo atender segmentos de O&G, energias renováveis e alguns projetos avançados. Entre os potenciais projetos, destaque para os segmentos de subsea e de parques eólicos offshore, que estão em processo de amadurecimento regulatório no Brasil, que deverão demandar estruturas de grande porte nos próximos anos. “Olhamos para estruturas subsea para campos de E&P e para o mercado ‘wind offshore’, tal como ‘wind onshore’, que já tem uma cadeia consolidada e alguma saturação. Buscamos projetos de construção de torres para geradores de energia onshore, mas vemos grande oportunidade de ‘wind offshore’ — dependendo de sua materialização”, detalhou.