Para CSENO/Abimaq retorno de eventos presenciais nos últimos meses foi importante para networking e para detalhamento de projetos, com expectativa de aquecimento de atividades das indústrias naval, de O&G e de defesa
Fornecedores de equipamentos renovaram o ânimo nos últimos meses após a volta de grandes eventos setoriais. A avaliação é que existem oportunidades de negócios para projetos das indústrias naval, de O&G e de defesa no radar, além de perspectivas ligadas a novos segmentos em desenvolvimento, como de geração eólica offshore. O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSENO/Abimaq), Leandro Pinto, destacou que a Marinha apresentou detalhes dos programas para obtenção de novos navios-patrulha durante a 16ª Navalshore, em agosto.
O executivo também constatou, na Rio Oil & Gas, em setembro, a volta de profissionais experientes do setor de petróleo e gás contratados para colaborar com projetos de operadoras independentes. Na construção naval, ele mencionou o interesse de estaleiros em projetos de caldeiraria pesada. “Vimos o mercado bem aquecido com outras demandas e muitas empresas se reinventando para atender demandas mais pontuais”, analisou Pinto, em entrevista à Portos e Navios.
Esta semana, representantes da CSENO e da Câmara de Defesa e Segurança (CDS) da Abimaq visitaram o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), no Espírito Santo, onde será construído o navio de apoio polar Antártico (NApAnt) para a Marinha. No primeiro dia, 35 associados das duas câmaras (foto) conheceram as instalações do estaleiro. No dia seguinte, conversaram com profissionais das áreas de compras e serviços do estaleiro e com representantes da Emgepron e do consórcio construtor para entender as demandas principais do estaleiro, a fim de contribuir com o conteúdo local do programa, que está em fase inicial.
A expectativa dos fornecedores é que, nas próximas etapas, sejam conhecidas no mercado as especificações técnicas para início das cotações do NApAnt. “A CSENO indicou, inicialmente, a possibilidade de fazer o estreitamento da nossa parceria. Nossos associados vão avaliar o core business para atingir 45% de conteúdo local e apresentar à SPE Polar 1”, explicou.
O presidente da CSENO/Abimaq também enxerga alta na parte de manutenção e serviços, a despeito de problemas internacionais, como o causado pelo aumento no prazo de entrega dos equipamentos e insumos a partir da pandemia de Covid-19. Com lead time alto do fornecimento de alguns itens importados, Pinto considera que existem muitas possibilidades de empresas de serviço já estabelecidas no Brasil prestarem suporte ao setor.
Pinto vê muitas empresas preparadas para projetos de eólicas offshore aguardando apenas o marco legal do segmento para entender quais serão os principais requisitos para adaptação e implantação. “Só não temos certeza quando começa a implantação. Mas o mercado já é profundo conhecedor na construção de embarcações de apoio offshore e no apoio à plataforma. É importante a revitalização da construção naval. Vemos o desenvolvimento de programas do segmento de defesa, mas não enxergamos programas como o Prorefam e o Promef para revitalizar a indústria da construção naval”, comentou.