Nota do SINAVAL

  • 08/11/2022

Em relação à matéria POLO NAVAL, publicada pelo colunista Elio Gaspari no Globo de domingo 06/11, o SINAVAL apresenta os seguintes comentários:

O Presidente eleito Lula, depois de tomar posse em janeiro de 2023, certamente convocará a Indústria Naval para discutir com seu Governo a recuperação dos investimentos neste segmento industrial, por ser o segmento que “entende do assunto” e domina, mais do que qualquer outro, a necessidade e a urgência dessa recuperação, após vários anos de abandono por parte do Governo Federal.  Concordamos com o ilustre colunista: a ideia de recuperar os investimentos em obras de infraestrutura é ótima.

Quanto aos programas do Governo do Presidente Juscelino Kubitschek, eles foram até certo ponto bem-sucedidos, em nossa opinião, com a implantação de dois grandes estaleiros com capital estrangeiro e a revitalização de diversos outros. Foram estabelecidas nessa época as bases de uma Indústria Naval moderna, que chegou a ser exportadora de navios.  Graças a isso, o Brasil deteve nos anos 70 a segunda maior carteira de encomendas de navios, atrás apenas do Japão.

Nos dois Governos do Presidente Lula e no primeiro Governo da Presidente Dilma, o novo Presidente realmente “conhece a história”: de 2003 a 2010, o Brasil instalou grandes estaleiros, equiparados aos mais modernos do mundo, e construiu inúmeros navios de grande porte e centenas de navios de apoio marítimo, para atender ao mercado de exploração e produção de petróleo no mar, principalmente nas camadas profundas do pré-sal.  Além disso, foram construídas aqui muitas plataformas marítimas, levando o País a alcançar altos níveis de excelência.  Nos Governos seguintes (Temer e Bolsonaro), não houve vontade política de incentivar a Indústria Naval brasileira, com as encomendas sendo direcionadas para os estaleiros da Ásia. Daí sobreveio o desemprego e a estagnação, que esperamos sejam revertidos no novo Governo que se inicia em 2023.

Finalmente, desejamos ressaltar que a Indústria Naval, em todo o mundo, é incentivada pelos governos por ser de natureza estratégica e necessitar de políticas permanentes, de Estado, para não ficar à mercê da vontade do dirigente da ocasião. É preciso, ainda, não esquecer seu caráter de indústria cíclica, que depende de um conjunto de fatores econômicos para progredir.

08/11/2022|Seção: Notícias Publicadas|Tags: , , |