Sinaval estima que, em 5 anos, parques offshore vão gerar demanda para os estaleiros.
Os projetos de construção de usinas eólicas offshore (no mar) para a geração de energia elétrica são vistos pela indústria naval como oportunidade para que estaleiros diversifiquem a carteira de clientes. O tema foi um dos destaques do Panorama Naval no Rio de Janeiro 2022, documento lançado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) nesta quarta-feira.
Desde 2019, segundo a Firjan, o setor de construção naval gerou 6 mil postos de trabalho. Apesar do saldo positivo, o patamar atual de empregos ainda representa apenas um quarto do que havia em 2014.
Neste cenário, os projetos com pedidos de licenciamento ambiental para usinas eólicas no mar surgem no horizonte como possibilidade de aquecer o setor, que já tem experiência em projetos offshore da indústria de óleo e gás, um de seus principais clientes.
O documento publicado pela Firjan inclui artigo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), estimando que, em um horizonte de cinco anos, os parques eólicos serão um setor aquecido e com demanda para os estaleiros, que poderiam até mesmo integrar as estruturas ao que já existe no oceano para a exploração de petróleo.
“Plataformas flutuantes da indústria de óleo e gás podem ser adaptadas sem grandes complexidades, aproveitando-se suas estruturas e fixando-as ao fundo do mar, obtendo-se então uma ótima estabilidade para a turbina instalada no topside da plataforma. Além disso, as estruturas podem ser montadas em terra para depois serem rebocadas para o alto-mar, tornando a operação mais eficiente e segura”, destacou o sindicato dos estaleiros.
A gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso, disse acreditar que áreas já concedidas para a exploração de óleo e gás poderiam abrigar também projetos de geração eólica offshore. Ela avalia que a integração das duas cadeias pode facilitar a viabilidade dos projetos.