O Panorama Naval no Rio de Janeiro 2022, publicação da Firjan SENAI SESI em sua quinta edição, traz o cenário atual e análises que traduzem o potencial futuro para a indústria naval. Integrado ao estudo, o ambiente virtual com dados dinâmicos no site da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) destaca os projetos com pedidos de licenciamento ambiental para eólicas offshore. Eles somam 169,43 GW de capacidade, sendo 27 GW no estado do Rio, que podem se reverter em oportunidades para a indústria naval. O documento apresenta artigos da ANP, Cluster Naval, Sinaval, Coppe/UFRJ e ABEAM/Syndarma. Sergio Bacci, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), explica que “A expectativa é de que, num horizonte de cinco anos, o segmento de eólicas offshore esteja aquecido e demandando novas oportunidades para a indústria naval nacional. Esperamos demandas de barcos de apoio para a instalação de torres eólicas e, também, que as torres possam ser construídas nos estaleiros brasileiros, gerando emprego e renda.”
Os empregos em estaleiros mostram uma retomada tímida desde 2019. “Temos mais de 6 mil vagas, que representam 26% do patamar de 2014, evidenciando a necessidade de fortalecer o mercado. Já o segmento de manutenção e reparo se destaca com crescimento de 150%. Uma perspectiva são as encomendas de 18 UEPs (unidades estacionárias de produção) até 2027. São, assim, oportunidades para a indústria naval, que vão do já tradicional petróleo e gás fluminense e começam a surgir novos mercados com a eólica offshore”, avalia Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Petróleo, Gás e Naval da Firjan. Outro potencial para a indústria naval brasileira e fluminense é a atividade de descomissionamento. Estimativas da ANP para a parte de sistemas submarinos alcançam R$ 50 bilhões para essa atividade até 2040. “É preciso diversificar a operação com cooperação entre os agentes envolvidos para gerar emprego e renda e evitar impactos ambientais”, afirma Laurelena Palhano, pesquisadora da SAGE/Coppe-UFRJ.
Já o vice-almirante Edesio Teixeira Lima Junior, diretor-presidente da Emgepron e vice-presidente do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro, enumerou os projetos em curso pela Marinha do Brasil: “As fragatas são investimentos feitos no estaleiro de Santa Catarina, pelo Consórcio Vencedor, e o Navio de Apoio Antártico, no Espírito Santo. Já a construção de 10 navios patrulha será realizada no Rio de Janeiro, no Arsenal de Marinha ou no estaleiro de Itaguaí”. O apoio marítimo, atividade chave para todo mercado naval, tem 91% da frota que atua no país em 2022 com embarcações de origem brasileira, de acordo com Laira Vanessa, assessora do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação (Syndarma) e da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (ABEAM). “A Petrobras, por exemplo, está para colocar a licitação de 50 embarcações de apoio marítimo.