Presidente da Emgepron afirma que Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro vem sendo procurado por entidades locais de estados com grande potencial para parques offshore
A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) avalia que os projetos de energia eólica no mar vão desenvolver cadeias produtivas, que demandarão a organização de clusters regionais para dar estrutura aos novos negócios. O diretor-presidente da Emgepron, Edésio Teixeira, observa que o país deverá investir em infraestrutura para produzir aerogeradores para esse tipo de projetos, além de preparar terminais portuários e olhar para oportunidades de navios especializados para o suporte aos parques geradores offshore.
Teixeira disse que somente o Rio Grande do Norte tem potencial de 140 gigawatts (GW), o equivalente à capacidade instalada de 10 hidrelétricas de Itaipu. Ele também citou outras regiões do país, como as faixas do litoral sul, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Norte Fluminense e sul do Espírito Santo. Ele contou que a Emgepron e o Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ) foram procurados por entidades locais de estados com grande potencial de geração eólica no mar, como Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Ele acredita que esse tipo de projeto precisa ser conduzido com governança, que pode ser alcançada com a estrutura de um cluster. “Acreditamos que aqui no Rio de Janeiro, pelo potencial, também teremos que ter estrutura de cluster e esse ambiente de governança para conduzir projetos de energia eólica”, projetou na última semana, durante o seminário ‘Economia Azul: Desenvolvimento, Desafios e Oportunidades’, promovido pelo CTN-RJ, no Rio de Janeiro.
Para o presidente da Emgepron, os estaleiros são capazes de construir embarcações e torres para projetos eólicos, ao passo que surgirão outras oportunidades, como para manutenção, inspeção e avaliação dos ativos. Teixeira também observa que existem países criando especificações e orientações para embarcações de suporte à implantação desses aerogeradores, alguns já com quase 15 megawatts de potência, 250 metros de altura e 220m de diâmetro.
Teixeira lembrou que a atividade de geração eólica no mar ainda será regulamentada e que esse processo está em curso. Ele acrescentou que a produção de hidrogênio verde a partir dos parques eólicos offshore também demandará plantas de produção do insumo e navios especializados para esse tipo de transporte. “A Europa já tem grandes volumes de capital para investir no Brasil e agentes brasileiros já estão conversando”, destacou.