Fórum articula, para março, mobilização nacional para destravar construção de navios pela empresa. Sindmar critica falta de ações para reduzir dependência de navios de bandeiras estrangeiras.
Entidades integrantes do ‘Fórum pela Retomada da Construção Naval’ discutiram, nesta quarta-feira (31), as bases para uma mobilização nacional a fim de destravar a construção de navios no Brasil pelo sistema Petrobras e combater o afretamento em larga escala de petroleiros e gaseiros construídos e registrados em outros países. O encontro ocorreu na sede do Sindmar, no Rio de Janeiro (RJ), e reuniu lideranças sindicais de trabalhadores metalúrgicos, marítimos e petroleiros, construção naval, conselho regional dos técnicos, além de representantes das centrais sindicais CUT e CTB.
O Sindmar alega que, no transporte de petróleo, gás e derivados por cabotagem no Brasil, existem apenas 11 navios brasileiros operados pela Transpetro e mais de 100 estrangeiros afretados pela área de logística da Petrobras. O sindicato vem acusando a gerência de logística da Petrobras sob o argumento de que a área concluiu, recentemente, mais um processo de compra de serviços para afretamento de embarcações do tipo DPST (navios-tanque com sistema de posicionamento dinâmico) a serem construídos na China e na Coreia do Sul.
O Sindmar também critica que o plano estratégico da empresa não prevê ações para reduzir a dependência externa. “A maior empresa do Brasil, que responde por 70% de todas as cargas movimentadas na costa do país, não está alinhada com o crescimento da frota em bandeira brasileira”, afirmou o presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller.
A alegação dos participantes do fórum é que o afretamento de navios no exterior vem impedindo a geração de empregos locais e o desenvolvimento da economia, além de causar dependência de outros países e vulnerabilidade em situações de crise internacional.
O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Joacir Pedro, ressaltou a importância do aumento da frota da Petrobras para a construção naval e para a preservação da frota da Transpetro. O sindicalista associou os afretamentos no exterior a uma política do governo anterior, que continuaria sendo tocada por pessoas que ocupam cargos de gerência da empresa. “A gestão anterior pegou a Transpetro com mais de 60 navios e entregou com apenas 26, que foram construídos no programa de modernização da frota (Promef)”, afirmou.
Os integrantes do fórum decidiram agendar um novo encontro nos próximos dias para organizar, para março, uma manifestação ampla em prol da construção naval e contra o afretamento praticado pela Petrobras. Outras ações coletivas para cobrar um posicionamento mais efetivo.