Diretora do ministério destacou reuniões semanais do GT Naval. Margarete Gandini acredita que diretrizes não agradarão a todos, mas representarão horizonte de uma política setorial
A diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Margarete Gandini, disse que, cerca de um ano de discussões mais direcionadas, o governo está próximo das primeiras medidas para o fomento à indústria naval. O grupo de trabalho (GT Naval) coordenado pela pasta intensificou os debates em maio de 2023 e vem organizando reuniões semanais. Margarete acredita que as medidas não serão unanimidade, mas representarão um horizonte importante para o estabelecimento de uma política setorial.
“Estamos com debates bastante amadurecidos e nosso objetivo é já começar a termos as medidas. Mas com a participação de todos. Pode ser que nem todas as medidas agradem. Certamente elas não agradarão a todos. O importante é termos o foco de onde queremos chegar”, afirmou, na última quinta-feira (18), durante o evento ‘Fortalecimento da indústria naval nacional e o setor energético offshore’, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Margarete ressaltou que fazer política industrial, em especial na construção naval, deve ser feita sem culpa e sem peso, porque toda a trajetória de políticas industriais para a atividade deixaram o setor com uma capacidade produtiva instalada bastante representativa. Ela acrescentou que fazer política industrial é lidar com problemas complexos e ciclos que levam ao desenvolvimento tecnológico, além dos desafios em curso de atender às exigências da Organização Marítima Internacional (IMO). “Precisamos ter a sabedoria de construir uma política em que consigamos superar a dinâmica de picos e vales e que possa ter continuidade”, salientou.
A diretora do MDIC considera que toda essa complexidade exige um conjunto de medidas coordenadas, reforçando a necessidade de envolvimento e engajamento de todos os atores, com benefícios e compromissos dos lados do governo e do setor privado. “Essa onda de apoio, de desejo e de posicionamento positivo quanto a um programa voltado ao setor é necessário porque precisamos desmistificar o tema de política industrial e ganhar a narrativa também junto à sociedade, deixando claro que política industrial não é um fim em si mesmo”, analisou.