A Wilson Sons, maior operador de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, realizou de forma inédita a docagem, em seu estaleiro no Guarujá (SP) de um navio gaseiro, o Forte de Copacabana, da empresa de navegação especializada em cabotagem, Elcano. Com 124 metros de comprimento, largura de 17,6 metros e pesando 6.940 toneladas, a embarcação é também uma das maiores que já realizaram manutenção programada na unidade de negócio, localizada no porto de Santos, principal complexo portuário da América Latina. A operação, que envolveu cerca de 300 profissionais, contou com o apoio de outra unidade de negócio da companhia, a divisão de rebocadores.
Para assegurar a excelência dos serviços e por se tratar de um navio gaseiro, foi necessário garantir na operação a certificação Gas-Free (isento de gases combustíveis), antes de o navio entrar no dique do estaleiro, além de todos os cuidados de alto padrão adotados na docagem, exigidos por meio das NRs (normas regulamentadoras) de segurança 33 e 34, para entrada e execuções de trabalhos dentro dos tanques.
A manutenção programada do Forte de Copacabana irá durar cerca de 50 dias, com realização de serviços estruturais. Entre os trabalhos que estão sendo executados, são substituições de redes em geral, manutenções de equipamentos como geradores, bombas, motores e guindastes de bordo, além de limpezas, tratamentos e pinturas de tanques e área externa.
A Elcano opera o Forte de Copacabana em rotas no Nordeste, São Luís (MA), Belém (PA) e Paranaguá (PR). Entre outras cargas, o navio gaseiro transporta GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, o gás de cozinha) e propileno.
— Na procura de novos parceiros para atender nossas demandas de reparos e docagem, a Elcano realizou visitas e considerou o profissionalismo e o empenho da Wilson Sons em preparar nosso escopo, levando em conta as particularidades especiais de nossos navios, como os gaseiros. A empresa está nos atendendo conforme sua política de qualidade, dando prioridade nos atendimentos do cliente, mesmo com alguns serviços que, devido à complexidade da embarcação, surgiram de última hora— disse Darwin Corzo More, supervisor de navio da Elcano.
—A docagem do navio gaseiro da Elcano é um marco em nossos estaleiros, o que demonstra a excelência dos serviços executados e a capacidade técnica dos nossos profissionais. Estamos sempre em busca dos padrões superiores de segurança e de eficiência operacional dos navios, para superar as expectativas de nossos clientes — disse o diretor-executivo da divisão de estaleiros da Wilson Sons, Adalberto Souza.
Nomes das embarcações da Elcano — Construído em 2004, o navio gaseiro que fez docagem em nossos estaleiros era da Metalnave. Inicialmente chamada de Metaltank 5, a embarcação foi comprada pela Elcano, que lhe deu o nome Forte de Copacabana. A empresa tem o costume de homenagear suas embarcações com nomes de castelos medievais da Espanha. Porém, como o gaseiro está registrado no porto do Rio de Janeiro, foi escolhido o nome Forte de Copacabana, que fica localizado no Posto 6, Zona Sul da cidade.
O nome da Elcano, constituída em 1943 na Espanha, por sua vez, foi dado em homenagem ao navegador espanhol Juan Sebastián Elcano que, em 1522, foi o primeiro a dar a volta ao mundo. A empresa fez parte do setor público até a sua privatização, em 1997. Hoje, o grupo Elcano está na Espanha, Portugal, Brasil, Argentina e em outros países, administrando frota própria de 19 navios, composta por gaseiros, petroleiros, navios para transporte de derivados de petróleo e produtos químicos, GLP e graneleiros. Sua atividade está centrada no transporte marítimo internacional e de cabotagem de matérias-primas, de produtos energéticos e químicos.
Novos rebocadores construídos nos estaleiros — Além da docagem do Forte de Copacabana, a companhia está construindo, em seus estaleiros, um novo rebocador com tecnologia mais sustentável, o WS Onix. A embarcação faz parte de um ciclo de construção de seis rebocadores pioneiros no Brasil, com padrão IMO TIER III, da Organização Marítima Internacional. O novo projeto de casco das embarcações permite reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com uma diminuição estimada de até 14% no consumo de combustíveis fósseis, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar dos portos onde operam.
Cinco desses rebocadores, que possuem mais de 90 toneladas de tração estática, já foram entregues, a partir de julho de 2022 (WS Centaurus, WS Orion, WS Rosalvo, WS Castor e WS Dorado, batizado em março). As novas embarcações já realizaram, no total, mais de 3.500 manobras em apoio a atracações e desatracações de navios na costa brasileira. O WS Onix, por sua vez, será lançado ainda este ano.
Expertise e diferenciais dos Estaleiros — Há mais de 80 anos, a Wilson Sons atua com seus estaleiros no Porto de Santos. Os dois estaleiros da companhia, no Guarujá, que totalizam 39.000 m2, são especializados na construção, conversão, manutenção e reparo de embarcações.
É a única empresa a possuir um dique seco, no complexo portuário de Santos, oferecendo soluções pioneiras e inovadoras nos serviços. A companhia também possui entre os diferenciais operacionais para executar os serviços de docagens de forma simultânea, a comporta intermediária do sistema de diques. Sua principal função é proporcionar flexibilidade operacional, permitindo o movimento de embarcações e a capacidade de alagar o dique de forma parcial, conforme a necessidade dos serviços.