Fragata deve ser incorporada à Esquadra em 2025. As demais embarcações estão previstas para entrega gradual nos próximos quatro anos: a Jerônimo Albuquerque, em 2026, a Cunha Moreira, em 2027 e a Mariz e Barros, em 2028.
A Marinha do Brasil (MB) e a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Águas Azuis realizam a Cerimônia de Lançamento da primeira das quatro fragatas previstas no Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), em Itajaí (SC).
A “Fragata Tamandaré” (F200) foi batizada pela senhora Vera Brennand, esposa do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante a cerimônia de lançamento, —que elegantemente cortou a fita e a champanhe explodiu no casco da fragata. A F200 teve seu primeiro corte de chapa em setembro de 2022, e a expectativa é de que o navio seja incorporado à Marinha do Brasil em 2025.
Tamandaré é uma homenagem ao almirante Joaquim Marques Lisboa, o marquês de Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil.
Nos modernos projetos de construção naval, como o adotado no PFCT, o navio é lançado ao mar por uma operação chamada “load out”, que consiste na movimentação da embarcação para um dique flutuante, e em seguida é realizada a imersão controlada dessa plataforma, até o navio atingir a sua própria sustentação na água. Trata-se de um procedimento complexo, que ocorrerá nos próximos dias. Após essa etapa, a fragata será transferida para o cais até a conclusão dos acabamentos e testes necessários para, então, seguir para a prova de mar.
A tripulação da Fragata “Tamandaré” será composta por cerca de 130 militares, que já estão em treinamento especializado, para que todos estejam prontos para operar a embarcação com segurança e eficiência. A F200, dá nome à classe: “Tamandaré”, uma homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré, Patrono da MB que defendeu a nação em diferentes e importantes conflitos, dentre eles a Guerra da Cisplatina e a Guerra da Tríplice Aliança.
O Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) O PFCT é uma parceria entre a Marinha do Brasil e a SPE Águas Azuis, formada pela thyssenkrup Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança e Atech, e gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron). A assinatura do contrato foi realizada em 05 de março de 2020, e foi o primeiro contrato da área militar da gestão de Jair Bolsonaro. E o início do processo de construção da Fragatas “Classe Tamandaré” foi marcado por uma cerimônia realizada no dia 21 de junho de 2022. É um marco na modernização da Esquadra, resultado de uma necessidade de renovação dos meios navais. Serão construídos no País quatro navios de alta complexidade tecnológica, com considerável capacidade de combate, capazes de operar em todos os ambientes de guerra: superfície, aéreo e submarino. Com a missão de fortalecer a nossa capacidade de defesa, monitoramento e proteção da Amazônia Azul, que possui 5,7 mil quilômetros quadrados, as fragatas serão indispensáveis para o Controle de Área Marítima, para a Defesa das nossas Ilhas Oceânicas, para a Proteção das Infraestruturas Críticas Marítimas e para a Proteção das Linhas de Comunicações Marítimas, considerando que mais de 90% do nosso comércio exterior é realizado pelo mar. Cabe também ressaltar o apoio à Política Externa, de forma compatível com a inserção do Brasil no cenário internacional. As projeções do programa apontam a mobilização de dois mil profissionais envolvidos diretamente nas obras, com um reflexo de cerca de seis mil postos de trabalho indiretos e um arraste de cerca de 15 mil empregos induzidos, quando acrescentadas as atividades que gravitam no entorno tais como hotéis, restaurantes, transporte etc., totalizando 23 mil empregos gerados. As Fragatas são dotadas de convoo, hangar para helicóptero, radares, sensores e armamentos de última geração. Construídas com altos índices de conteúdo local e transferência de tecnologia, que incrementam a construção naval nacional e fomentam a Base Industrial de Defesa (BID).
A “Fragata Tamandaré” tem 107,2 metros de comprimento, 15,95 metros de boca, pontal (altura) de 20,2 metros, deslocamento de 3.500 toneladas e, autonomia de 5.500 milhas náuticas, velocidade de 25 nós (equivalente a cerca de 47 km/h). As demais embarcações estão previstas para entrega gradual nos próximos quatro anos: a Jerônimo Albuquerque, em 2026, a Cunha Moreira, em 2027 e a Mariz e Barros, em 2028.
—É inadiável a renovação da nossa esquadra e essa exigência de tornar a Marinha mais apta a defender os interesses do Brasil no mar. Coincide com a confirmação do imenso volume de riquezas a serem protegidas para o povo brasileiro na nossa Amazônia Azul— explicou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante o seu discurso.
Lembrar que a Marinha do Brasil, sob a coordenação da Emgepron vem encabeçando nos últimos anos várias construções navais e de defesa com grande eficiência e compliance, caso dos submarinos no ICN, em Itaguaí(RJ), de navios e fragatas, — disse o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante o seu discurso.
Segundo Mucio, nos primeiros sete meses de 2024, as exportações autorizadas de produtos de defesa, atingiram R$ 8,4 bilhões (US$ 1,47 bilhão), superando o mesmo período do ano passado, é segundo melhor resultados desde 2001, quando a série histórica teve início —continuou.
O dado parcial de 2024 já representa o segundo melhor resultado na série histórica de 2013-2024.
—A torcida é que seja uma questão de tempo podermos contar com a venda de fragatas da Classe Tamandaré para as nações amigas, contribuindo com a nossa balança comercial nas exportações de produtos de defesa — acrescentou.
Entre os itens mais exportados estão componentes e aeronaves, como o KC-390 e o A-29 Super Tucano, que foram um sucesso de vendas no período. Somente este ano, aproximadamente 500 milhões de dólares foram arrecadados com exportações, sendo os Estados Unidos, Dinamarca, Hungria e Portugal os principais importadores, com investimentos acima de 100 milhões de dólares cada.
—O projeto representa a modernização das Forças Armadas e o fortalecimento da base industrial de defesa brasileira, além de garantir a soberania nacional— afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cerimônia teve a presença do CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior, o presidente da thyssenkrupp, Paulo Alvarenga, Oliver Burkhard, membro do Conselho Executivo da thyssenkrupp AG e CEO da thyssenkrupp Marine Systems da tyssemkrupp, o chefe do estado-maior conjunto das Forças Armadas, almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, secretário-geral da Defesa, Luiz Henrique Pochyly da Costa, comandante da Marinha do Brasil, almirante de esquadra, Marcos Sampaio Olsen o presidente da Águas Azuis, Fernando Queiroz, o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, entre outras autoridades, como o almirante de esquadra, Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, ex ministro de Estado de Minas e Energia no governo de Jair Bolsonaro.